Dois dias antes, na jornada de arranque da Liga de Verão de Las Vegas e estreia com a camisola dos Spurs na vitória frente aos Hornets (76-68), Victor Wembanyama, de 19 anos, em quem todas as atenções se centram nas últimas semanas e que faz esgotar os 16 mil lugares do Thomas & Mack Center, declarara após a pálida exibição em termos de finalização, na qual necessitou de 2/13 em lançamentos campo e 4/4 de lance livre para marcar 9 pontos em 27 minutos: «Apenas tenho de me adaptar a um novo estilo de jogo... Da próxima, farei melhor. Espero conseguir melhorar na próxima vez». Afinal o francês não estava a brincar ou simplesmente a tentar desculpar-se ter falhado tanto. Tendo dispensado a presença na discoteca Tao, festa organizada pelo dono da Fanatics e associação de jogadores, rechegada de superestrelas da NBA, justificando necessitar dormir antes do jogo, Wemby brilhou no embate contra os Blazers ao registar 27 pontos (7/5 lanc.2, 2/4 em triplos, 7/12 lanc. livre), 12 ressaltos, 1 roubo de bola e 3 desarmes em 27 minutos. É verdade que San Antonio perdeu a invencibilidade (1-1) ao sair derrotado por 80-85, mas o público, esse ficou encantado com a versatilidade do ext./poste francês de 2,22m. Pela velocidade de adaptação e execução a jogar, driblar por baixo das pernas em frente a adversários, lançar em queda, marcar triplos... Sim, falhou um a segundos do fim que poderia ter ajudado a aproximar a hipótese de um prolongamento, mas quem estava interessado nisso. Pelos vistos Wembanyama estava. «Quem me dera termos podido ganhar. Penso que poderia ter feito mais para ajudar a equipa a vencer a partida. Temos de continuar a aprender», declarou o n.º 1 do draft de 2023 que já no encontro anterior, onde também alcançara 8 res, 3 ass, 5 dsl, salientou que terá de passar por um período de aprendizagem. «Não atuámos ao nosso melhor para aí uns três quartos. Depois, no quarto período [entraram a perder por 15], fomos realmente dominadores. Isso mostra a personalidade da equipa. Pessoalmente, acho que é normal ir melhorando a cada partida. Há dois dias era o meu primeiro jogo. Tive tanta porcaria com o draft, coisas de imprensa, por isso faz sentido», comentou o segundo europeu a ser escolhido na primeira posição do draft que ainda se viu obrigado a ter de falar sobre o incidente que um dos seguranças dos Spurs, que o acompanhava, teve com a cantora Britney Spears quando esta o tentava chamar. «Agora comecei a sentir-me confortável comigo e com o meu corpo em campo pois, até hoje tive, como que só tinha tido dois treinos e um jogo», acrescentou. O que Wemby não conseguiu confirmar era se voltaria a atuar da Liga de Verão, ainda que inicialmente estivesse mostrado interesse de disputar apenas os dois primeiros jogos. «Sei que tenho de falar com o Pop. Vou ouvir o que tem a dizer, mas estou pronto para fazer qualquer sacrifício pela equipa e dar 100 por cento» comentou referindo-se ao treinador Gregg Popovich que desta feita se encontrava sentado logo na primeira fila junto ao court depois de, na véspera, aos 74 anos, ter renovado com os Spurs por mais cinco temporadas e 80 milhões de dólares (72,9 milhões de euros). O mais elevado contrato de sempre de um técnico da NBA. «Como até a este último mês, acho que o basquetebol não ocupava sequer 50 por cento do meu horário. Não aguento. Sei que é um momento especial da minha vida, mas, honestamente, estou contente que tenha terminado. Só quero lançar, trabalhar e ginásio. Como não vou ao Mundial, sei que vão vir dois a três grandes meses e que eles irão mudar a vida». Caso Victor Wembanyama torne a jogar em Las Vegas será esta terça-feira, contra os Wizards, formação onde está o base francês Bilal Coulibaly, ex-colega de equipa no Metropolitans 92, escolhido na 7.ª posição do draft de 2023