Ciclismo «Vou lutar pelo primeiro lugar!»
João Almeida promete lutar pelo primeiro lugar na Volta à Itália, considera as etapas de montanha muito importantes e afirmou que a classificação geral se vai decidir na cronoescalada no sábado.
Numa conferência de imprensa o líder da juventude e quarto da geral, começou por fazer o balanço da corrida; «No domingo estava a sentir-me bem e tentei acelerar um pouco para ver como estavam os rivais, espero que se possa repetir no futuro. As coisas nem sempre correm como queremos, mas temos conseguido mostrar bom trabalho e que estamos em boa forma. O ambiente na equipa é muito bom, o que torna a situação mais fácil nesta ultima semana. Com duas vitórias em etapas a equipa está no bom caminho, o balanço é muito positivo, pela minha parte estou bem em termos da geral e numa posição ainda melhor do que estava à espera. Recuperei bem da queda, também estive adoentado mas já passou. Sinto-me bastante normal e estou a 20 segundos dos rivais, o que é muito positivo, espero que tudo corra bem esta semana».
Sobre o facto de não terem existido ataques por parte dos candidatos afirmou; «É tudo um pouco relativo, porque têm estado fisicamente em 'stand by' e as condições atmosféricas não ajudaram. Esta semana espero que existam maiores diferenças de tempo nas montanhas, sinto-me ligeiramente melhor nas subidas mas creio que será no contrarrelógio que irão existir maiores diferenças de tempo. Esperava que Roglic atacasse mais, talvez esteja a recuperar das quedas, mas definitivamente não parece o Roglic do costume. A Ineos só está a pensar no Thomas e não lhes interessa o oitavo ou nono lugar, como ficaram sem o Tao e Ganna só têm seis ciclistas e têm que ter cuidado. A Jumbo tem a equipa completa e nós estamos bem, Caruso está a correr em casa, é a sua corrida o que lhe dá motivação extra. Espero que esteja na luta connosco».
Sobre quem poderá vencer adiantou; «Vai ganhar o mais forte porque todos se guardaram para esta última semana. Tanto Roglic como Thomas são bastante regulares e vão estar fortes nas ultimas etapas, acho que estamos muito equilibrados. Pela minha parte sinto-me num bom momento e temos tudo para que corra bem nos últimos dias. Ficarei feliz com o pódio que já seria bom, mas claro que vou lutar pelo primeiro lugar. Se eu atacar fá-lo-ei quando me sentir bem, espero que amanhã exista uma boa luta na primeira etapa realmente difícil. Qualquer uma das etapas de montanha poderá ser decisiva, tanto pode ser a de terça-feira, como a de quinta ou sexta-feira».
Armirail não tem ilusões sobre a camisola rosa
Bruno Armirail (Groupama-FDJ), líder da Volta à Itália, afirmou que não tem duvidas que vai perder a camisola rosa, dando prioridade a uma boa classificação juntamente com Thibaut Pinot; «Vou tentar manter a camisola rosa o maior tempo possível, assim que a perder darei 100 por cento para apoiar Thibaut Pinot. Foi essa a minha missão quando vim para o Giro e continuará assim quando deixar de ser o líder da corrida. Com Pinot ainda poderemos lutar por uma vitória em uma etapa e uma boa classificação, talvez eu possa terminar no top 10, top 15 ou top 20. O título de campeão francês de contrarrelógio, foi a melhor história que escrevi antes deste Giro, mas esta camisola rosa é obviamente ainda mais bonita.
Quatro chegadas em altitude decidem o vencedor
A ultima semana da Volta à Itália com quatro chegadas em altitude e duas etapas planas, vai decidir o vencedor da classificação geral, numa corrida que tem sido muito tática e defensiva, durante a qual os denominados candidatos nem por uma vez decidiram atacar.
Será difícil avaliar a condição física de Geraint Thomas (Ineos), Primoz Roglic (Jumbo) e João Almeida (Emirates), porque ao longo de duas semanas partiram e chegaram juntos à meta, encontrando-se separados por magra diferença de segundos, que deixam tudo em aberto para as próximas batalhas. Na história do Giro surgem épicas batalhas que revolucionaram a classificação nos últimos dias, em 2018 e quando faltavam três etapas para a chegada a Roma, Chris Froome que se encontrava a 3,22 m de Simon Yates, virou do avesso a classificação na etapa dos Alpes que finalizou em Bardonecchia e venceu o Giro de forma surpreendente.
Embora as táticas sejam relevantes, as corridas ganham-se para quem tem boas pernas e possa atacar nas subidas, sendo importante dispor de uma boa equipa. Jumbo-Visma leva vantagem porque conta com os 8 ciclistas que iniciaram a corrida, UAE-Team Emirates perdeu Alessandro Covi e a Ineos-Grenadiers, Tao Geoghegan Hart e Filippo Ganna, teoricamente a mais fragilizada.
A chegada de hoje a Monte Bondone que cumula mais de 5.000 metros é o primeiro teste de avaliação, a subida final com 21,4 km tem rampas de 15% situadas a 5 km da chegada. Na quinta-feira uma etapa curta mas intensa, com um final explosivo em Val di Zoldo, com duas contagens de montanha de 2.ª cat. no espaço de 6 km, antecedidas pela passagem por Forcella Cibiana (1.ª cat.). Na etapa rainha nos Dolomitas na sexta-feira, com um acumulado de 5.400 metros, o pelotão vai passar por duas contagens de 2.ª cat. e três de 1.ª cat., com a ultima na meta em Tre Cime Di Lavaredo, subida com 7,2 km que inclui dois setores com rampas de 18%. Por ultimo a cronoescalada no sábado que se divide em duas partes. A primeira plana com 11,3 km, a segunda a ascensão a Monte Lussari, com uma inclinação média de 12,1%, nos primeiro 4,8 km existem rampas de 22%, que voltam a surgir no ultimo quilómetro. A 17.ª etapa na quarta-feira e a ultima no domingo com final em Roma, não apresentam dificuldades e destinam-se aos sprinters que resistirem às montanhas.