Volta a Itália: Nico Denz vence 12.ª etapa; João Almeida mantém 3.º na geral

Ciclismo Volta a Itália: Nico Denz vence 12.ª etapa; João Almeida mantém 3.º na geral

CICLISMO18.05.202317:29

Na véspera de um importante teste nos Alpes suíços, o pelotão decidiu dar luz verde a uma fuga de 30 ciclistas, enquanto os candidatos apoiados pelos gregários, realizaram uma etapa em economia de esforço, com as pernas em Itália e a cabeça a pensar na chegada a Crans Montana.

Para os ciclistas que lutam pela geral foi uma corrida de marcação direta, com acordos tácitos para não arriscar, optando por irem mais devagar porque tinham pressa em chegar. A dantesca etapa de amanhã, constitui um desafio para quem corre para a geral, prevendo-se uma corrida muito tática por parte das principais equipas, com Geraint Thomas, Primoz Roglic e João Almeida como figuras a ter em conta; «Vamos ver como me sinto na etapa de amanhã. Há por aí algumas doenças a pairar, vamos ver como as pernas e o físico vão responder. Espero estar lá em cima com a malta que está nos lugares da frente e com aspirações. Estas subidas adaptam-se bastante às minhas caraterísticas por isso acredito que estarei com os melhores», afirmou João Almeida no final, que sobre a possibilidade de vencer o Giro adiantou; «Ficarei feliz com o pódio mas se tal vier a acontecer melhor. Nesta altura estou lá na frente com os primeiros, 20 segundos não é nada, vou lutar até ao fim».

Geraint Thomas (Ineos), considerou que teve um dia positivo e está preparado para a etapa de montanha; «Tivemos uma corrida sólida e a equipa controlou a situação. Como ninguém da fuga incomodava a classificação não nos importámos que o grupo fosse grande. Os meus companheiros lideraram o pelotão em todo o percurso, estamos bem posicionados para amanhã», declarou Geraint Thomas que sobre a etapa nos Alpes adiantou; «É claro que que vamos ter uma tática diferente. Comigo e Tao na frente tínhamos outras opções, a saída dele foi um golpe para a equipa porque estava muito bem. Ainda temos um bloco forte e com moral elevado desde o inicio do ano, espero que o possamos manter». Questionado sobre Roglic finalizou; «Faltam cinco chegadas em altitude é cedo para fazer contas. Temos que aceitar que ele está muito bem e amanhã será um grande dia».

A 12.ª etapa da Volta à Itália percorrida entre Bra e Rivoli na distância de 185 km, viveu dos chamados segundos planos que coloriram a corrida com uma fuga de 30 unidades, que foi perdendo corredores à medida que os quilómetros provocavam cansaço nas pernas.

Com 95 km percorridos, Nico Denz (Bora) Sebastian Berwick (Israel), Alessandro Tonelli (Green Project) e Toms Skuijns (Trek), tomaram a iniciativa de se adiantarem ao grupo e cavarem um fosso que no final se cifrou em 8,19 m para onde moravam os galos do pelotão. Os restantes aventureiros não se entenderam e o resultado foi a formação de grupetos que nada trouxeram de novo à classificação geral.

Num sprint a três, porque Tonelli estava pelas pontas, o alemão Nico Denz com mais pólvora nas pernas bateu Tomas Skujins, dando uma alegria à Bora-Hansgrohe que tem passado ao lado da corrida, demonstrando ser o mais forte dos fugitivos. «Não sei o que não dizer, porque é muito importante para mim vencer uma etapa no Giro que me deixou muito orgulhoso. A tática da equipa era colocar Konrad e Jungels na fuga, aconteceu que Jungels não estava bem e Konrad queria guardar energias para amanhã, a equipa deu-me luz verde para avançar. Quando olhei para o grupo, tudo o que via eram monstros à minha volta, por serem todos ciclistas de nomeada. A cooperação até não foi má, insistimos e ficámos apenas quatro na frente. Nos últimos quilómetros estava no limite, sabia que existia uma pequena subida a seguir à rotunda, explorei bem a situação e tudo voltou ao normal. Como ainda tenho um bom sprint foi o que me salvou no final e me deixou muito feliz», afirmou o vencedor.  

A corrida entre os maiorais do pelotão foi de marcação e sem grandes preocupações para o grupo de fugitivos que não incomodavam a geral, acabou por ter reflexos na classificação por equipas, com a Jumbo-Visma a saltar para a primeira posição, em virtude de Michel Hessmann e Sepp Kuss se encontrarem entre os aventureiros.

Classificações

12.ª ETAPA BRA - RIVOLI 185 KM

1.º Nico Denz (Ale/Bora-Hansgrohe) 4.18,11 h

à média de 42,993 km/h

2.º Toms Skujins (Let/Trek-Segafredo)  mt

3.º Sebastian Berwick (Aus/Israel Premier Tech) a 3 s

4.º Alessandro Tonelli (Ita/Green Project-Bardiani) a 58 s

5.º Marco Frigo (Ita/Israel-Premier Tech) a 2,07 m

6.º Ilan Van Wilder (Bel/Soudal-Quick Step) a 2,20 m

7.º Alberto Bettiol (Ita/EF Education-EasyPost) mt

8.º Christian Scaroni (Ita/Astana) mt

9.º Michel Hessmann (Ale/Jumbo-Visma) mt

10.º Alex Baudin (Fra/AG2R-Citroen) mt  

40.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 8,19 m

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 49.02,05 h

2.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 2 s

3.º João Almeida (Por/Emirates) a 22 s

4.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 35 s

5.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,28 m

6.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,52 m

7.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 2,32 m

8.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) mt

9.º Laurens De Plus (Bel/Ineos) a 2,36 m

10.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R-Citroen) a 2,48 m

PONTOS

1.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain-Victorious)

MONTANHA

1.º Davide Bais (Ita/Eolo-Kometa)

JUVENTUDE

1.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates)

EQUIPAS

1.ª Jumbo-Visma 147.02,35 h

2.ª Ineos-Grenadiers a 3,49 m

3.ª EF Education-EasyPost a 4,07 m