Previa-se uma etapa de grandes decisões nas montanhas dos Alpes suíços, que devido às condições climatéricas acabou por não trazer nada de novo à corrida, mantendo a geral sem grandes alterações, com Geraint Thomas (Ineos) de líder, registando-se “apenas” a entrada nos dez melhores de Thibaut Pinot (Groupama) que passou a ser o novo líder do premio da montanha. A etapa que começou por ter 207 km, passou para 199 km depois de eliminada a passagem pelo Passo du Grand San Bernard, para devido às inúmeras reclamações dos ciclistas, acabou por se correrem 74,6 km entre Le Châble e Crans Montanha e ser eliminada uma contagem de montanha de 1.ª categoria. Para quem esperava uma corrida de ataques e contra-ataques ficou desiludido, porque a opção dos maiorais do pelotão e denominados de candidatos, decidiram mais uma vez baixar a guarda e manterem-se unidos da partida até à chegada. Ao longo do percurso, nem por uma única vez Thomas (Ineos), Roglic (Jumbo) ou João Almeida (Emirates), mostraram interesse em atacar a corrida. B em acompanhados pelo séquito de gregários, os três impuseram o ritmo que mais lhes convinha e adiaram para a próxima semana nas montanhas dos Dolomitas a decisão de quem será o vencedor da Volta à Itália. João Almeida limitou-se a fazer a corrida que mais lhe interessava, bem colocado no grupo com cerca de 25 unidades, que foi emagrecendo à medida que a subida se tornava mais inclinada, acompanhou de perto os principais adversários. Nem a tentativa Damiano Caruso (Bahrain) na fase final incomodou o pelotão, o italiano mostrou a camisola e depressa regressou ao grupo de que fazia parte. « A etapa foi feita em bom ritmo e a Ineos soube lidar com o pelotão. Na descida para evitar problemas fomos cautelosos e acabou por ser uma boa etapa. A última subida não era assim tão empinada como se dizia, talvez por isso não seria ideal para existirem ataques. No global foi uma corrida dura e isso vê-se na composição do grupo que chegou à meta que foi muito pequeno», afirmou João Almeida no final. O interesse da etapa residiu na fuga de Jefferson Cepeda (Education), Paret-Peintre (AG2R), Thibaut Pinot (Groupama), Derek Gee, Matthew Riccitello (Israel) e Einer Rubio (Movistar). Nos últimos 10 km ficaram na frente Cepeda, Rubio e Cepeda, o francês mostrou-se o mais combativo, o equatoriano bastante calculistas, já o colombiano que de combativo não teve nada, acabou por passar as palhetas aos adversários e vencer pela primeira vez uma etapa numa grande volta. «Foi um grande dia e a vitória que há muito tempo procurava. Trabalhei muito para estar no Giro, o mau tempo tem sido impiedoso, mas sabia que não me poderia dar por vencido e segui procurando uma oportunidade, e ela chegou hoje com a ajuda de Deus. Cumpri um sonho que tinha há muitos anos, sabia que Pinot estava muito forte e que Cepeda estava bem. Só tinha que deixar os dois guerrear e jogar um pouco da minha estratégia, por isso esperei pelo final para ganhar», afirmou o colombiano com 26 anos, natural de Chiquiza e desde 2020 na Movistar. Geraint Thomas mostrou-se tranquilo nas declarações ao jornalistas; «Da forma como a etapa decorreu era difícil atacar no final. Ficámos calmos porque os três fugitivos não eram perigosos, nem quando Pinot atacou porque a equipa tinha a situação controlada e conseguiu que Sivakov recuperasse na descida. A forma como o vento soprava também dificultava qualquer tentativa de ataque, as ofensivas reais não se materializaram e acho que Roglic também é da opinião que é bom eu andar mais uns dias com a camisola rosa, por isso temos que continuar a liderar o Giro». Jay Vine (Emirates) deu uma entrevista à partida e falou dos seus objetivos no Giro; «O que quer que a equipa decida pode contar comigo. Vou ficar a ajudar o João Almeida, estou aqui para trabalhar para a equipa. Não está claro o que a equipa pretende fazer na próxima semana. Disseram-me que ainda posso ficar nos primeiros dez da geral pessoalmente não me importo. O situação ideal seria perder mais 45 minutos e assim poder ir lutar para as vitórias em etapas. Vou ficar com o Almeida e tentar colocá-lo no pódio», quanto à possibilidade de ficar nos dez primeiros adiantou; «Isso para mim não vale nada. Assinei com esta equipa por quatro anos, faz parte do contrato ficar algumas vezes entre os dez primeiros. Talvez isso seja bom para a equipa e para as redes sociais, mas pessoalmente não me importo». Mads Pedersen (Trek-Segafredo) e vencedor da 6.ª etapa em Nápoles, não alinhou à partida por doença. 13.ª ETAPA LE CHÂBEL - CRANS MONTANA 74,6 KM 1.º Einer Rubio (Col/Movistar) 2.16,21 h à média de 32,827 km/h 2.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama-FDJ) a 6 s 3.º Jefferson Cepeda (Ecu/EF Education-EasyPost) a 12 s 4.º Derek Gee (Can/Israel-Premier Tech) a 1,01 m 5.º Valentin Paret-Peintre (Fra/AG2R-Citroen) a 1,29 m 6.º Hugh Carthy (Gbr/EF Education-EasyPost) mt 7.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 1,35 m 8.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) mt 9.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos Grenadiers) mt 10.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) mt CLASSIFICAÇÃO GERAL 1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 51.20,01 h 2.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 2 s 3.º João Almeida (Por/Emirates) a 22 s 4.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 42 s 5.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,28 m 6.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,52 m 7.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 2,32 m 8.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) a 2,45 m 9.º Laurens De Plus (Bel/Ineos) a 3,08 m 10.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama-FDJ) a 3,13 m PONTOS 1.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain-Victorious) MONTANHA 1.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama-FDJ) JUVENTUDE 1.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) EQUIPAS 1.ª Jumbo-Visma 153.56,55 h 2.ª Ineos-Grenadiers a 4,02 m 3.ª Bahrain-Victorious a 9,15 m