Logo no dia seguinte após o Draft de 2023 o treinador e presidente para o basquetebol dos Spurs Gregg Popovich ainda não sabia se iria ou não levar o francês Victor Wembanyama à Liga de Verão da NBA que, entre 7 e 17 de julho, será disputada em Las Vegas e na qual estarão envolvidos os 30 clubes. Justificava que, possivelmente, poderá fazer uma preparação especial para o n.º 1 do draft ante da estreia na pré-temporada. Pop poderá ainda ter algumas dúvidas de como será feita a adaptação do jovem extremo/poste de 19 anos e 2,22m, mas apenas 95 kg, à Liga, mas Wemby, esse, além de já ter declarado que deseja deixar marca na NBA, ser campeão e também que «não gosto dos Mavericks!» – rivais estaduais onde atua o esloveno Luka Doncic – parece saber muito bem o que deseja. Assim tomou a decisão de abdicar do Mundial de 2023, que será disputado entre as Filipinas, Japão e Indonésia entre 25 de agosto e 10 de setembro e no qual a França está integrada no Grupo H, em Jacarta (Indonésia), com o Líbano, Letónia e o favorito Canadá. Ele que se havia estreado pela seleção principal de França em novembro, durante quatro jogos de qualificação para o Europeu (19,0 pts, 8,3 res). Um pouco à imagem do que realizou Neemias Queta por Portugal no ano passado, mas neste caso atuando apenas nos dois primeiros encontros. Nos outros já estava ao serviço dos Sacramento Kings e Stockton Kings (G League). «Os Spurs ter-me-iam apoiado qualquer fosse a minha escolha. Não seria realista em termos de desenvolvimento e pouco cuidadoso em termos de saúde. Espero que as pessoas entendam. Também é frustrante para mim. A Seleção de França continua a ser o meu foco. Quero ganhar o máximo de títulos possíveis com ela, mas penso que é um sacrifício necessário», afirmou Wembanyama ao diário desportivo ‘L’Equipe’, revelando de que a difícil decisão foi tomada depois de consultar o seu staff mais próximo - que o acompanhou toda a última época nos gauleses do Metropolitans 92 (21,6 pts, 10.4 res, 2,4 ass, 3,0 dsl em 34 jogos), finalistas vencidos contra o Monaco (3-0) -, o seu corpo médico e vários diretores da federação francesa. Mas também querendo deixar bem claro que os Spurs não fizeram qualquer tipo de pressão. Apesar de tudo, sabe-se bem que a maioria dos clubes da Liga não aprecia muito que os seus jogadores estrangeiros alinham pelas seleções nacionais, sobretudo em jogos de qualificação - se forem no período do campeonato nem vão -, assim como em Europeus e até mesmo nos Mundiais. Os Jogos Olímpicos é a competição que cria menos fricção. Recorde-se que ainda no último verão Danilo Gallinari lesionou-se pela seleção de Itália e por isso não atuou toda a temporada de 2022/23 pelos Celtics, que na passada semana o despacharam para os Wizards na transferência que levou Kristaps Porzingis para Boston. Apesar de Victor ter também declarado que deseja disputar o máximo de jogos possíveis na época de rookie, muitos duvidam que os texanos lhe permitam muito tempo de jogo no campeonato mais exigente do mundo para evitar lesões num corpo de aspecto algo débil e onde bastantes veteranos mal podem esperar por lhe dar as tradicionais boas-vindas em campo. Como pode acontecer com LeBron James, que depois de ter dito que o jovem gaulês era algo que nunca vira antes e até lhe chamou extraterrestre pelas invulgares capacidades técnicas que possuiu para alguém tão alto, também já terá ouvido que Wemby, assim como várias escolhas do draft, gostaria de afundar na sua frente no ano de estreia. Certamente influenciado pelo fenómeno Wembanyama, soube-se, entretanto, que o draft da passada quinta-feira foi o mais visto de sempre em qualquer rede social da NBA, assim como na aplicação da Liga: 128 milhões de visualizações de vídeos, dos quais 36 milhões era especificamente de Victor Wembanyama. A maior parte dessas visualizações foram geradas na página da Instagram. Não será por acaso que o terceiro n.º 1 do draft de sempre de San Antonio, depois de David Robinson (1987) e Tim Duncan (1997), registava 110 mil seguidores no Instagram em 2022 e agora são mais de 2,1 milhões, com os americanos (37,6%) a já serem mais do que os franceses (29,0%). 50 por cento dos seus seguidores têm entre 13 e 24 anos. Os próprios Spurs viram a sua página no Instagram crescer 7 por cento nos últimos dias..