Vencedor da 1.ª etapa Brandon McNulty: «Algo louco aconteceu para que ganhasse!»

Volta a Espanha Vencedor da 1.ª etapa Brandon McNulty: «Algo louco aconteceu para que ganhasse!»

CICLISMO18.08.202401:11

McNulty reconheceu que não esperava vencer. «Só se uma loucura acontecesse», disse após o contrarrelógio. De facto, louco foi o desempenho do norte-americano, que rolou a mais de 57 km/h

A Vuelta 2023 terminou com um norte-americano de vermelho e a edição de 2024 começa da mesma maneira. Brandon McNulty (UAE Emirates) sucede ao compatriota Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), vencedor da Vuelta no ano transato, ao ser o mais veloz no contrarrelógio inaugural da competição, entre Lisboa e Oeiras.

Vencedor do contrarrelógio individual (CRI) mais rápido da história da Volta a Espanha (ver caixa na página anterior), ao percorrer os 12 quilómetros na Marginal a uma média superior a 57 km/h, o campeão dos Estados Unidos da disciplina prolongou os excelentes resultados obtidos esta temporada no exercício individual contra o tempo, após recente quinta posição nos Jogos Olímpicos de Paris, antecedida por triunfos em CRI nas Voltas à Romandia e aos Emirados, em inícios de época.

Desempenho que lhe garantiu a segunda vitória em etapas numa grande Volta, depois de um êxito no Giro de 2023, e a sua primeira camisola de líder. Após a prova, McNulty afirmava-se ainda incrédulo. «Não esperava vencer hoje [ontem]. Só se alguma loucura acontecesse poderia ganhar... E essa coisa louca aconteceu! Esperava, sim, fazer um bom contrarrelógio, admito-o, mas vencer… ainda é difícil de acreditar», começou por dizer o norte-americano.

«Tenho tido muito boas pernas, em especial nesta semana que passou. Sentia-me muito bem nos treinos, não sei, desde os Jogos Olímpicos», revelou. «Com um esforço de 12 minutos, não houve uma verdadeira gestão, fui o mais a fundo que pude. Creio que mostrei o que consigo atingir se estiver num bom dia», acrescentou, admitindo que pretende disfrutar da liderança enquanto puder.

«É bom estar no topo da classificação geral, com a camisola vermelha, e vou aproveitar, claro! Mas não há segredo, temos dois líderes muito fortes, o João [Almeida] e o Adam [Yates], e sei qual é a minha função principal na equipa. Por isso, vou dar o meu melhor para os ajudar a vencerem esta Vuelta», concluiu McNulty.

Van Aert com sentimento agridoce

Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) parecia lançado para o triunfo na etapa ao passar no ponto intermédio com o melhor tempo, mas acabou por ceder na segunda parte do percurso, superado por Brandon McNulty (+3 segundos) e Mathias Vacek (+2 s). Por um lado, uma pequena desilusão, como assumiu o belga. «Não estou satisfeito», reagiu logo após cruzar a meta. «Começaram a doer-me as pernas muito rapidamente. Não me senti bem, apenas… razoável. Não eram as sensações que esperava», afirmou.

No entanto, a desvantagem de três segundos para o líder é anulável, se Van Aert vencer a segunda etapa, hoje, que se propicia às suas virtudes de velocista. Com isso somaria a bonificação de tempo e assim concretizaria o objetivo, por si assumido, de vestir a camisola vermelha na fase portuguesa da Vuelta.

«É isso que quero, acima de tudo. Ainda estou perto de consegui-lo, por isso quero tentar a minha sorte nos próximos dias. Tudo ainda é possível, vamos certamente tentar que as etapas 2 e 3 terminem em sprint», concluiu Van Aert.

Superfavorito Joshua Tarlin sentiu-se mal

Joshua Tarling era o principal favorito à vitória, mas o jovem campeão europeu de contrarrelógio ficou na sexta posição, a oito segundos de McNulty, e assumiu-se desapontado «Não faço ideia por que motivo, mas não me senti bem», disse o corredor da Ineos Grenadiers. «Estava confiante, mas as coisas não correram realmente bem durante o contrarrelógio», disse o ciclista de 20 anos.