«É verdade, no ano passado vim bastante desiludida do Mundial de Tashkent, porque o nível e objetivo a que me havia proposto eram grandes e fui eliminada no primeiro combate [2.ª ronda]. E quando assim é, a desilusão tende a ser maior. Mas essa grande meta mantém-se: chegar às medalhas no campeonato do mundo», garantiu Catarina Costa (-48 kg) a A BOLA, já no Catar, onde, amanhã, começa o 36.º Mundial de Doha, no qual Portugal conta com 11 judocas, oito deles mulheres. Além de Catarina, de 26 anos, no evento pela quinta ocasião, no primeiro dia estarão ainda em ação a estreante Raquel Brito (-48 kg) e Rodrigo Lopes (-60 kg). Mas é sob a vice-campeã europeia que recaem as maiores expectativas. «Encaro cada prova como uma competição diferente. E ter oportunidade de lutar por uma medalha num Mundial, além dos pontos que dá para os Jogos, é importante. Por isso é um dos principais objetivos da época. É ambicioso, mas tenho o sonho deste pódio», diz a olímpica da Ac. Coimbra, 6.ª do ranking. «Desta vez estou melhor. Tendo em conta os fatores externos e os problemas que então existiam na federação e de como isso, há um ano, foi influenciando a preparação em si, hoje consigo olhar para trás e perceber que esta preparação e meu o atual nível é melhor. Mas também vejo que agora a competição tem um nível maior. Estive a ver a lista das inscritas com o João [Neto, treinador] e não há combates fáceis. Antes não era tanto assim», acrescenta a 5.ª nos Jogos de Tóquio, que teve oportunidade de passear pelas ruas de Doha, nas quais existem ainda vestígios do Mundial de futebol 2022. «Vê-se alguns placards e outras coisas e mantêm a ilha no meio do mar com o logotipo, mas há algo que não muda nestes países, pois acontece em Abu Dhabi e Dubai. Olham para nós, perguntam de que país vimos, vêm pela t-shirt que somos de Portugal e dizem logo: Cristiano Ronaldo. É sempre! São superfãs e ficam todos contentes. Só por sermos do país do Ronaldo até parece que estão a conhecer alguém importante. É engraçado».
