A União Ciclista Internacional UCI, decidiu reabrir a consulta sobre a participação de atletas transgénero em competições de ciclismo. Os membros do Comité Diretor irão debater a questão, antes de tomarem uma decisão sobre a política a seguir, na reunião que se vai realizar em Glasgow, na Escócia, no decorrer dos Campeonatos do Mundo de Ciclismo que vão decorrer de 3 a 13 de agosto. Em comunicado a UCI avançou: “O Comité Diretor decidiu analisar a situação atual reabrindo a consulta aos atletas e Federações Nacionais. O objetivo da UCI continua a ser o mesmo: levar em consideração, no contexto da evolução da nossa sociedade, o desejo dos atletas transsexuais de praticarem ciclismo”. A UCI também vai ouvir as atletas femininas e as suas preocupações sobre um campo de competição igual para todos os competidores e levará em consideração todos os elementos, incluindo a evolução do conhecimento científico. De acordo com as diretrizes atuais, as mulheres transsexuais podem competir em eventos femininos UCI, desde que apresentem níveis reduzidos de testosterona de 2,5 nanomoles (nmol) por litro durante um período de dois anos. Os homens normalmente têm níveis de 10 a 34 nanomoles por litro, enquanto os níveis das mulheres se situam entre 0,5 e 2,4 nanomoles. A situação ocorre poucos dias depois que Austin Killips (Amy D Foundation), de 27 anos, se tornar a primeira atleta transgénero a vencer uma corrida feminina UCI, o Tour de Gila nos Estados Unidos, dominando totalmente a corrida. Austin Killips que foi terceira na prova Kasteelcross-Zonnebeke nos Estados Unidos em 21 de janeiro, pretende correr a Volta à França Feminina e estar presente nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Os resultados conseguidos no ciclocrosse e no Tour de Gila, são homologados em virtude da ciclista possuir licença UCI, que lhe permite competir em provas femininas. A entidade que regulamenta o ciclismo mundial, reconhece que atletas transgéneros podem competir de acordo com a sua entidade e género. As regras da UCI são baseadas nos conhecimentos científicos mais recentes e foram aplicadas de forma consistente. A UCI continua a acompanhar a evolução das descobertas científicas e pode alterar as suas regras no futuro à medida que o conhecimento cientifico o justifique. A Federação do Reino Unido (British Cycling) fez saber que está a rever a sua política sobre atletas transgéneros e não-binários, com uma política que será atualizada até ao final do mês. Segundo a imprensa britânica, a British Cycling está a ponderar proibir ciclistas transgéneros de competir em corridas femininas de elite.