Rui Costa domingo na primeira das três Clássicas das Ardenas

Ciclismo Rui Costa domingo na primeira das três Clássicas das Ardenas

CICLISMO11.04.202322:36

As Clássicas das Ardenas, também conhecidas como a ‘Trilogia das Ardenas’, ou ‘Tríptico das Ardenas’, são três corridas que se realizam no mês de abril, constituem um conjunto de três corridas - Amstel Gold Race (Países Baixos), Fléche Wallonne e Liége-Bastogne-Liége, estas na Bélgica -, com a última a fazer parte dos cinco ‘monumentos’ do ciclismo.

Criada pelos promotores neerlandeses Ton Vissers e Herman Krott, que dirigiam a empresa Inter Sport, o objetivo da Amstel Gold Race era avançar com uma corrida de ciclismo capaz de competir com as grandes competições, como a Volta à Flandres (Bélgica) e Milão-São Remo (Itália).

A primeira edição realizou-se a 30 de abril de 1966 - feriado nacional nos Países Baixos - e o plano passava por começar em Amesterdão e finalizar em Maastricht. Todavia, a corrida só foi para a estrada depois de ultrapassados os inúmeros problemas surgidos. Em particular, como atravessar os inúmeros cursos de água ao longo do percurso que tinha sido idealizado…

A juntar às muitas dificuldades, e quatro dias antes de a prova se iniciar, Vissers e Krott decidiram cancelar a corrida. Na conferência de imprensa em que deram a conhecer os motivos do cancelamento, surgiu a informação do Ministério das Estradas, a dar ‘luz verde’ à sua realização… com a condição de nunca mais acontecer no feriado nacional do país. 

Após vários estudos, o percurso foi redesenhado, com partida de Breda e final em Meerssen, na distância de 302 km. O triunfo pertenceu ao polaco (naturalizado francês) Jean Stablinski, ciclista que foi campeão do mundo em 1962, venceu a Volta à Espanha em 1958 e trabalhou nas minas de Wallers. Stablinski bateu ao sprint o belga Bernard Van De Kerckhove, com o neerlandês Jan Hugens a completar o pódio, ao gastar mais 5 segundos, depois de sofrer uma avaria mecânica na reta da meta.

Dos 120 ciclistas que alinharam à partida apenas 30 chegaram ao fim dessa edição inaugural, refira-se.

Nomes importantes do ciclismo fazem parte da lista de vencedores. Entre estes, destaca-se Jan Raas com cinco vitórias (1977, 1978, 1979, 1980 e 1982) e recordista de vitórias na competição.

Seguem-se Philippe Gilbert, com quatro triunfos (2010, 2011, 2014 e 2017), e com dois a lenda belga Eddy Merckx (1973 e 1975), Gerrie Knetemann (1974 e 1975), Rolf Jarmann (1993 e 1998), Enrico Gasparotto(2012 e 2016) e ainda Michal Kwiatkowski (2015 e 2022). Por nações, os Países Baixos lideram, com 18 vitórias, seguindo-se, a Bélgica, com 13, e a Itália, com sete triunfos.

A corrida deste ano corre-se domingo, dia 16 do corrente mês, com partida em Maastricht e final em Valkenburg - mais propriamente em Berg en Terblijt -, com a extensão de 252,8 km.

O percurso com algumas alterações à última edição e inclui 33 subidas, a primeira delas instalada em Maasberg: uma curta rampa em paralelepípedos. Seguem-se as de Adsteeg, Bergseweg e Korenweg, até à entrada no itinerário original, quando estiverem percorridos 75 km.

A famosa subida de Cauberg será ultrapassada por duas vezes: a primeira, à entrada dos últimos 80 km, e a seguinte a 16 km da meta. A última ascensão da corrida acontece a sete quilómetros do final, em Bemelerberg. E as dificuldades do percurso aumentam, devido às estradas estreitas e curvas fechadas, que originam, geralmente, muitas quedas, furos e avarias mecânicas.

Entre as 25 equipas que vão marcar presença, destacam-se os nomes do esloveno Tadej Pogaçar - vencedor do Tour de Flandres - David Gaudu, Tom Pidcock, Neilson Powless, Pello Bilbao, Mauro Schmid, Tiesj Benoot, Michael Matthews, Ide Schelling, Valentin Madouas, Sérgio Higuita, Mattias Skjelmose, Attila Valter, Julian Alaphilippe, Matej Mohoric e Dylan Teuns, como potenciais candidatos a discutir os lugares do pódio.

No registo da corrida dos Países Baixos, encontram-se 15 portugueses. Os melhores resultados pertencem a Rui Costa, quarto classificado na prova em 2015, 13.º em 2019 e 17.º em 2014 e 2016: o ciclista da Intermarché-Circus-Wanty vai para a 12.ª participação na competição e vai ter a companhia de Rúben Guerreiro (Movistar) e Rui Oliveira (Emirates).

O primeiro português a competir na prova foi… Joaquim Agostinho, há 40 anos (1983), a correr, então, pela Sem-Mavic Reydel: foi 50.º classificado num ano em que o triunfo pertenceu ao australiano Phil Anderson.