Matej Mohoric campeão do mundo de Gravel
Florian Vermeersch e Connor Swift completaram o pódio, Wout Van Aert não foi além do oitavo lugar
O esloveno Matej Mohoric, de 28 anos, que corre na Bahrain-Victorious, venceu de forma soberana o II Campeonato do Mundo de Gravel, disputado em Treviso/Venetto (Itália) depois de emotiva luta com o belga Florian Vermeersch que foi segundo, enquanto o britânico Connor Swift conquistou o bronze.
Especialista em clássicas, o palmarés de Mohoric define-o como um corredor de ataque, que habitualmente luta pelas primeiras posições: vencedor do Milão-San Remo e Volta à Croácia em 2022, Volta à Polónia em 2023, três etapas na Volta à França em 2021 e 2023, Binck Bank Tour e Deutschland Tour em 2018, uma etapa na Volta à Itália em 2018 e na Volta à Espanha em 2017),
Num percurso de 169 km irregular em terra batida e paralelepípedos, os ataques começaram logo no início, com o belga campeão em título Gianni Vermeersch a sentir dificuldades nos primeiros 20 km, enquanto o principal candidato e compatriota Wout Van Aert descolava do grupo da dianteira com problemas mecânicos.
Isto numa altura em que na frente ficava um lote com cerca de 40 ciclistas. Ao sofrer uma queda, Van Aert ficou sem possibilidades de discutir as primeiras posições - não sendo permitida a presença dos carros de apoio, a situação obrigava a que os ciclistas tivessem que reparar as eventuais avarias ou furos -, acabando por cortar a meta com mais 9,07 m que o vencedor.
Tendo Mohoric, Vermeersch, Swift, Cameron Mason, Paul Voss e Alejandro Valverde em bom entendimento e a imporem o andamento na cabeça da corrida, o grupo registava aos 70 km a vantagem de 1,30 m para os perseguidores onde se encontravam referencias que incluíam Alessandro Di Marchi, Quentin Hermans e Sebastian Schonberger, mas que aos 80 km se encontravam a 2m dos líderes.
A 38 km do final a vantagem de Mohoric, Vermeersch e Swift, que entretanto se haviam adiantado entre os fugitivos, cifrava-se em 4 m. Diferença suficiente para definir os lugares do pódio.
Na íngreme subida de San Vigilio, a 24 km do final, Swift foi o primeiro a ceder, Vermeersch pressionado por Mohoric também perdeu o contacto quando faltavam 18 km para a meta, ao que o esloveno aproveitou para ganhar espaço suficiente para chegar à confortável vantagem de 40s quando atacou a subida de Collagu com 1.700m e rampas de 23 por cento.
Percorridos os 169 km, Matej Mohoric (Eslovénia) sagrou-se campeão com o tempo de 4.52,56 h, seguido de Florian Vermeersch (Bel) a 42 s, e Connot Swift (Gbr) a 3,39 m. Fora do pódio ficaram Alejandro Valverde (Esp. 4.º a 6,47 m) e Keegan Swenson (EUA, 5.º a 6,48 m).
Note-se que os ciclistas dos Países Baixos constituíram a desilusão do Mundial, tendo apenas conseguido uma medalha de bronze em elites femininas, através de Demy Vollering, que no sábado foi batida por Katarzyna Niewiadoma (Pol) e Silvia Persico (Ita) numa prova de 141 km.