Mafalda de prata nos Jogos do Mediterrâneo: «Excelente começo de época»
Mafalda Rosa e (prata) e Tiago Campos (bronze) conquistaram duas das três medalhas de Portugal em Heraklion esta sexta-feira

Mafalda de prata nos Jogos do Mediterrâneo: «Excelente começo de época»

NATAÇÃO15.09.202321:47

Tiago Campos também chegou ao pódio, bronze, nos 5 km em águas abertas enquanto o canoísta Bernardo Pereira foi 2.º classificado nos 10 km de SS1

«Com certeza que este resultado é um excelente começo de época. Estar no início da preparação e conseguir chegar ao pódio… penso que é um bom indicador para o Mundial [em Doha, onde lutará pelo apuramento olímpico]. Quem sabe…», declarou Mafalda Rosa a A BOLA após, esta sexta-feira, ter conquistado a medalha de bronze nos 5 km de águas abertas dos Jogos do Mediterrâneo de praia Heraklion-2023, na Grécia.

Dia em grande para Portugal pois, além do 2.º lugar (59.59,1m) da nadadora do Rio Maior, apenas batida no sprint final pela italiana Arianna Bridi (59.59,9m), a olímpica Angélica André (1.00,39;4h) chegou na 4.ª posição, atrás da transalpina Silvia Ciccarella (1.00,03;0h). 

Na prova masculina a Seleção festejou igualmente a medalha de bronze de Tiago Campos (56.00;0m), que repartiu o pódio com os italianos Marcello Guidi (55.50,7) e Dario Verani (55.51,2) enquanto o português Diogo Cardoso (57.10,7) concluiu a distância em 6.º.

Isto, claro, sem contar com a prata assegurada pelo canoísta Bernardo Pereira (41,45m) nos 10 km de SS1, atrás do espanhol campeão mundial Walter Sanchez (41,00) e com o último degrau do pódio a ficar para o francês Hector Henot (43,45). 

Mafalda já havia participado nos Jogos na anterior edição, Patras-2019, tendo terminado no 5.º lugar. «Foi uma boa evolução em quatro anos», comenta recordando a prova também disputada na Grécia. 

Sobre a estratégia que aplicou desta vez revelou: «Para nós, as mulheres, a partida foi 5 minutos depois dos homens e existia a hipótese deles nos alcançarem e darem uma volta de avanço no circuito. Mas eu não queria que isso acontecesse», diz reforçando o tom de voz. 

«Portanto, a minha estratégia era ver como entrávamos na primeira volta. Como começámos devagar decidi colocar um ritmo mais alto para tentar que não nos apanhassem», vai contando Mafalda sobre o momento em que passou a puxar pelo grupo da frente enquanto as italianas aproveitam a boleia do esforço. 

«E quando concluí que não seriamos apanhadas, coloquei um ritmo ainda mais forte para tentar chegar ao pódio»»

«A partir daí fui controlando a prova e procurando ver onde andavam os homens e em que ponto nos encontrávamos. E quando concluí que não seriamos apanhadas, coloquei um ritmo ainda mais forte para tentar chegar ao pódio». 

E na parte final, o que faltou para que chegasse em primeiro? «Oh… se calhar um pouquinho mais de trabalho. Sim, provavelmente isso. A italiana que venceu é bastante forte, mas foi mesmo por muito pouco [2 décimos de segundo]… Foi mesmo por muito pouco. Não estou assim tão longe…», salienta Mafalda que agora tem como principal objetivo o Mundial de Doha, em fevereiro, prova que atribuiu as últimas vagas nos 10 km para os Jogos de Paris-2024.

«Em dezembro tenho, em Israel, a última etapa da Taça do Mundo, onde pretendo fazer um bom resultado entre as dez primeiras. Estou num bom lugar do ranking, 10.ª, e gostaria de acabar bem o circuito». 

«Esta época, vou tentar acreditar mais em mim e pensar: ‘Não, elas são mais velhas mas consigo ganhar-lhes’. É só acreditar no meu trabalho diário»

E quando, em julho, terminou a época anterior no Mundial de Fukuoka [17.ª nos 10 km], o que é que sentiu que necessitava de melhorara para esta temporada? «Tenho de acreditar mais em mim», responde sem rodeios. 

«Sou das mais novas nas competições internacionais. Ainda tenho 20 anos. A maior parte das minhas adversárias são a partir dos 25 anos. E muito mais experientes. E depois entro nas provas um pouco: ‘Estas são mais fortes do que eu… Se calhar não consigo fazer o resultado que quero…’. Por isso, esta época, vou tentar acreditar mais em mim e pensar: ‘Não, elas são mais velhas mas consigo ganhar-lhes’. É só acreditar no meu trabalho diário», concluiu.