Jorge Fonseca de prata no Grand Prix da Áustria

Limitações físicas ao nível nas mãos para conseguir fazer as pegas e projeções limitaram a ambição do português durante a final. Portugal termina a prova com três pódios.

Jorge Fonseca (-100 kg) está de volta ao pódio. Ao perder na final com o brasileiro Leonardo Gonçalves (16.º do ranking), por wazari aos 17s do golden score, o judoca do Sporting, atual 18.º, garantiu a prata no Grand Prix da Áustria, que decorreu na Tipz Arena, em Linz. Quinta etapa do Circuito Mundial na qual os colegas de clube Maria Siderot (-52 kg) e João Fernando (-81 kg) haviam alcançado a medalha de bronze nos dois dias anteriores.

Foi um confronto em que Jorge não conseguiu aplicar a explosividade das sucessivas projeções relâmpago que todos temem e que levou a que se tornasse numa luta mais tática com Gonçalves, sempre que podia, a tentar levar a resolução para o chão após cada ataque .

À medida que o tempo foi passando, o ex-bicampeão mundial foi revelando algumas limitações físicas e em várias ocasiões sentiu dificuldade em conseguir fechar as mãos para agarrar o judogi do adversário e impor as suas pegas.

Os dois judocas já se haviam defrontado por três vezes, a última no Grand Slam de Baku 2023, onde Jorge ganhara a vantagem de 2-1 no confronto direto que agora foi anulada. Para o sportinguista trata-se de um regresso ao pódio desde o Grand Prix de Zagreb, em agosto, onde também foi 2.º classificado, e a soma de 490 pontos que bem necessita na corrida aos Jogos de Paris-2024 para se manter no grupo de qualificação directa.

A última vez que lutara pelo pódio no Circuito havia sido, em setembro, no Grand Slam de Baku, onde acabou por perder o combate para o bronze. Recorde-se que esta foi a sua segunda prova em 2024 depois de cerca de três meses fora da competição devido a lesão após o Europeu de Montpellier, em novembro.

Isento da ronda inaugural por ser cabeça de série, Jorge mostrou-se sempre bastante tranquilo na caminhada até à final, começando por eliminar o cazaque Islam Bozbayev (38.º do ranking) graças a um wazari aos 1.32m.

Seguiu-se o georgiano Soso Edilashvili (sem ranking), a quem o medalha de bronze nos Jogos de Tóquio-2020 registou um wazari aos 1.33m e uma vez mais sem que o adversário conseguisse verdadeiramente coloca-lo em perigo ao longo do combate, pois a maior parte dos ataques foram seus.

Nos quartos de final, Fonseca defrontou o sérvio Bojan Dosen (22.º) pela quarta vez na carreira e no mesmo numero de confrontos levou a melhor graças a um wazari conseguido quando ainda restavam 3.15m no cronómetro.

Antes da final, o dinamarquês Mathias Madsen (30.º) impôs o combate mais complicado da manhã, tentando anular a explosividade do português e procurando desgastá-lo, mas, apesar do pupilo de Pedro Soares ter dado os primeiros sinais de maior cansaço, dobrando-se para a frente e estendendo os braços até ao chão, como é seu hábito, isso não impediu que depois de um wazari logo aos 46s, resolvesse a questão a 26s do final com novo wazari. Foi a segunda vez que os dois se encontraram e Jorge ampliou a vantagem para 2-0.