João Matias (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua) venceu a 3.ª etapa da Volta a Portugal, este sábado, entre Sines e Loulé, na distância de 191,8 quilómetros, impondo-se ao sprint um pelotão reduzido a 60 unidades. «Antes de mim está a equipa. Depois do prólogo, trabalhei para o Leangel [Linarez] manter a ‘amarela’, foi o trabalho que me propuseram nos últimos dias. Sabíamos que tínhamos a hipótese de lutar por sprints, tanto eu como o Leangel. Esse era o principal objetivo da equipa nesta Volta. Levamos três [vitórias] em três [etapas] é espetacular! Sexta-feira chorei por o Leangel vestir a ‘amarela’ após ganhar a 2.ª tirada, em Vila Franca de Xira, chorei na quinta-feira quando ele ganhou a 1.ª etapa. Este sábado, por incrível que pareça, não chorei com a minha vitória. Não sei se gastei todas as lágrimas, mas quero acreditar que não. É claro que a vitória dele é como a minha, é de todos. Mas vencer tem sempre aquela coisa de especial para alimentar o ego», começou por declarar o corredor, de 32 anos, que conquistou a terceira vitória na Volta a Portugal, após duas na edição de 2022 igualmente ao serviço da formação de Mortágua. «Quatro vitórias em quatro etapas domingo na 4.ª etapa, em Castelo Branco? Ui, se soubesse isso era como os números do Euromilhões e íamos todos jantar fora [risos]. A nossa Volta está feita. Não podemos estar todos os dias e todos os km na frente do pelotão, pois isso é um enorme desgaste para todos os companheiros, principalmente para o Francisco Morais, o Gonçalo Carvalho e o Bruno Silva, que nos trazem todo o dia. Domingo, cá estaremos para disputar a etapa. É dia a dia, como diz o nosso diretor, o Gustavo [Veloso] Logo à noite vamos abrir mais uma garrafa de champanhe e vamos brindar… outra vez», revelou o ciclista que tem sido o lançador do companheiro de equipa venezuelano Leangel Linarez, vencedor das duas etapas anteriores, com final em Ourém e Vila Franca de Xira. «O planeado já está feito pela equipa. Agora é acrescentar outros objetivos. Se pudermos estar na discussão da vitória, estaremos, mas não nos caberá a nós levar todas as outras equipas ao colo para tentar a vitória ao sprint outra vez. Eles [outras equipas] também vão ter de lutar. É claro que nós somos os principais favoritos. Não posso esconder, sabemos que sim. Mas estou contente, só quero chegar ao hotel e abraçar os meus companheiros de equipa. E sim, ainda há champanhe, felizmente ainda não falta [risos]», anteviu João Matias. «Esta vitória é dedicada, em primeiro, à equipa, e a todos os companheiros e staff. Mas à família também, claro. Depois de na Volta-2022 ter o meu filho na barriga da mãe, este ano está de certeza em casa a ver. Parece que já começa a chegar-se à TV e a dizer ‘papá’. Claro que isso vem o dia todo na minha cabeça. E tanto ele, como a minha esposa, são eles que mais sofrem pelas corridas, treinos, ausências para estar na melhor forma nas corridas. Sei do sentimento deles. Só quero chegar amanhã a Castelo Branco, pois sei que estarão lá à minha espera, para me dar um abraço na meta», concluiu.