Israel denuncia ataques a ciclistas
Ciclistas atacados em Israel

Israel denuncia ataques a ciclistas

CICLISMO13.10.202309:34

Atletas da Israel Premier Tech denunciaram as situações vividas nos últimos dias

A equipa de ciclismo Israel Premier Tech, propriedade do magnata Sylvain Adams, confirmou a morte de um seu ciclista de BTT, junto de toda a família, quando se dirigiam para um treino. Os restantes atletas esconderam-se durante várias horas por baixo de arbustos para escaparem dos inimigos que os cercavam. 

Um jovem ciclista de apenas 15 anos, que salvou  a vida do seu pai e outras pessoas, encontra-se desparecido e desconhece-se o seu destino. «Foi um trauma tão grande, que não acredito que possamos voltar a ser os mesmos nem como país nem como pessoas», lamentou o ciclista Guy Ni, primeiro israelita a participar na Volta à França em 2020, que passou 24 horas no funeral de um amigo e se deslocou ao hospital Wolfson, para visitar um dos cinco jovens feridos, que afirmaram querer acompanhá-lo logo que se encontrem recuperados. 

“Eles são uns heróis, disse-lhes isso pessoalmente e que estava com eles, tive conhecimento que não existia escapatória e que tiveram de se esconder por entre os arbustos espinhosos. Naquela altura pouco importava a agressividade dos espinhos, apenas podiam respirar e com dificuldades, encontravam-se em silêncio. Os terroristas vinham em motos, automóveis e tratores. Todos os pensamentos do mundo passaram pelas suas cabeças, tentei acalmar-me e não ceder ao stresse», declarou Guy Ni aos jornalistas, num conferência de imprense em Telavive na sexta-feira. 

Na localidade de Negev Ocidental, um ativo de ciclistas de estrada e BTT, membros de um grupo de 15 a 20 amigos que fazem parte de um pequeno clube anónimo, planearam reunir-se no sábado dia 7 cerca das 06.30 h,  perto do Kibbutz Be’eri para mais um treino antes da corrida de montanha Epic Israel; «Suponho que agora podes dizer que foi a “última viagem”», disse secamente, pronunciando os nomes dos seus amigos mortos. 

«Disse-lhes que estavam comigo e que não tínhamos escapatória e devíamo-nos esconder entre os arbustos espinhosos. Ouvíamos os terroristas a caminho em motos, automóveis e tratores, todos os pensamentos do mundo passaram pela minha mente nesses momentos, tentei acalmar-me e não ceder ao stresse. Para me proteger coloquei o capacete da bicicleta e despi a roupa de ciclista para evitar que os elementos com reflexos luminosos fossem visíveis», afirmou Rafi Shirit.

A ciclista Aya Meydan, que se encontrava a caminho de casa de um amigo para andar de bicicleta, foi subitamente cercada por terroristas, conseguindo esconder-se por algum tempo por baixo de um arbusto. «Mais tarde veio a saber que todos os que se encontravam no abrigo tinham sido assassinados, ouvimos os terroristas na estrada a deslocarem-se na nossa direção. Usei o capacete para me proteger e tirei os óculos escuros para que o reflexo não denunciasse a minha posição», declarou Meydan, que viu dois primos serem assassinados.

Zohar Shahar e Itay Cohen, dois jovens com 15 anos, que treinavam no sábado dia 7, foram atingidos por vários tiros e sujeitos a intervenções cirúrgicas, encontrando-se livres de perigo. «Antes nunca me senti assim», afirmou o velocista Itamar Einhom, depois de ter sido segundo na última etapa do Tour de Hainan que finalizou segunda-feira em Sanya, no qual foi 90.º a 1.06,08 h, do espanhol Óscar Sevilla (Medellin-EPM) que aos 47 anos continua a colecionar triunfos. 

Desde o ataque do Hamas no passado fim de semana, e da consequente resposta bélica de Israel, o número de mortos ascende a mais de 1.300 em Israel e 1.400 em Gaza, a que se juntam mais de 3.200 feridos em Israel e de 6.200 no solo palestiniano.