Volta a Portugal Henrique Casimiro candidato a banho em 300 litros de… champanhe
A tecnologia não tem limites, e a Efapel, dirigida por José Azevedo, inovou nesta Volta: numa parceria com a Effekt, empresa de Cascais, uma furgoneta transporte dois tanques que, uma vez enchidos com água simples filtrada com ozono, e a módicos quatro graus de temperatura, permitem aos corredores recuperarem da fadiga muscular e normalizar as batidas da ‘máquina’ «em 2 ou 3 minutos, embora alguns gostem da temperatura um ou dois graus mais alta», revelou A BOLA na Covilhã, após a formação ter cumprido o seu treino no dia da pausa da volta, a belga Greet, à vontade no meio dos ases do pedal a reger este verdadeiro jacuzzi ou spa móvel, cujo preço é de «€10 mil/tanque», e que levam 300 litros de água… gelada.
«Eles gostam, até correm para arranjar lugar primeiro: cabe um sentado ou dois em pé em cada um deles. É um estímulo, uma ‘cenoura’ para mais um esforço e chegarem à meta quando já não têm forças na etapa. E veem a correr para o tanque», disse-nos a técnica.
O carismático timoneiro da equipa da empresa sediada em Serpins (Lousã) mas sediada em Vila do Conde, José Azevedo acrescenta a benesse também no capítulo mental, com o alívio mais rápido e total que as suas tropas lhes têm relatado.
«Isto refresca a cabeça, também, além do físico. É como tirar o pipo do colchão de praia, faz ‘pfffff’ e esvazia a pressão, há um relaxamento mental não menos importante», diz o antigo craque que tão longe levou o nome do País e o prestigiou, que também está curioso, mas ainda não experimentou.
«Adoro. Desinflama mais depressa os músculos, sabe tão bem, mais ainda com o calor que tem estado. E nem numa hora no sofá recuperaria tão depressa», disse-nos Henrique Casimiro, o corredor de 27 anos residente em Odemira, sexto da geral e melhor luso na tabela, a 1m06s do russo Artem Nych, que já não quer outra coisa e abre a boca com o gelo: «Ahhh, tão bom…».
A seu lado, o russo Aleksandr Grigorev, de 31 anos, sente-se em casa. «Na minha terra é assim a água. E há a tradição de mergulhar nas águas geladas», diz o compatriota de Artem Nych que desdramatiza o ter de correr, tal como o líder da geral desta Volta antes da 7.ª Etapa – que ligará Torre de Moncorvo a Montalegre… e ao alto da Serra do Larouco, a 1500 m de altitude, na quinta-feira, dia 17 – com bandeira branca e neutralidade pátria devido a imposições da UCI. E muito menos desvenda quem vê com maiores chances de triunfar, o seu chefe-de-fila luso ou o gigante de 1,95 da GlassDrive-Q8-Anicolor que veio da gélida Sibéria brilhar no tórrido Portugal.
«É um bom ciclista. Ambos o são. Melhor não apostar em alguém, qualquer dos dois é um forte candidato, Casimiro está a pouca distância, falta muito ainda nesta Volta», sentencia o russo, ciente de que Nych, mesmo na folga, também pedalou 65 km pela serra com os comandados de Rúben Pereira…
Grigorev largou um sorriso quando Greet prometeu que, caso a vitória na Volta vá para um dos ‘sete magníficos’ da Efapel – além de Casimiro e Grigorev, há Pedro Pinto, Joaquim Silva, Tiago Antunes, Manuel Duarte e Rafael Silva, enche um dos tanques com «300 litros, mas de champanhe ou espumante gelado e o vencedor vai ao banho, claro».
A coisa promete. Haja frigorífico para, por precaução, refrescar tanto e precioso vasilhame e néctar. Faltam quatro etapas, o sonho comanda a vida.