Segundo classificado na Volta-2022, o português Frederico Figueiredo (GlassDrive-Q8-Anicolor) terminou esta segunda-feira em nono lugar a 5.ª etapa da Volta a Portugal, 1m11s após o vencedor e novo camisola amarela da prova, o espanhol Délio Fernández, surgindo agora na sétima posição da classificação geral, a 1m22s do galego da AP Hotels-Tavira-Farense… e é agora uma das principais esperança da equipa de Águeda – e das maiores dos corredores lusos -, após o ‘dia não’ do campeão da Volta-2022, o uruguaio Maurício Moreira, neste dia, em que perdeu numerosos minutos para os restantes corredores apontados como candidatos à vitória final, tendo recebido assistência médica no fim. «Nem sempre as coisas saem como saímos. Hoje foi um dia menos positivo, ou pelo menos o resultado. Estive em diversas fugas e situações determinantes de corrida. Depois, numa situação em que saltou um grupo, todos ficaram reticentes em ir atrás, só quatro ou cinco foram atrás. Parabéns ao Délio: ganhou, e ganhou bem na Torre. Agora, é encarar a corrida de outra maneira. Se até agora fomos líderes, agora temos de perseguir a liderança», disse ‘Fred’ aos jornalistas, visivelmente inconformado com a sua sorte neste dia, mas de luva de pelúcia a admitir o mérito ao espanhol da formação algarvia. «Agora, nos próximos dias, e se estou a 1m22s, vamos ter de atacar nas próximas etapas e na corrida, e jogar outras cartas. Olhei para trás na subida, mas não era à procura do Maurício [Moreira]. Estava, sim, à procura dos adversários e a ver quem vinha. O Maurício teve um dia menos positivo. Mas se isto fosse tudo muito igual, não havia negativos. E no ciclismo eles podem ocorrer todos os dias», sublinhou Frederico Figueiredo, de 32 anos. «Já tinha dito antes que havia, também, vários ciclistas de equipas estrangeiras que poderiam dar cartas. Agora nós conhecíamo-los, sabíamos quem era, não nos surpreende que andem na frente», sublinhou ‘Fred’ que, com Maurício Moreira fora da corrida, vê, naturalmente, subir a fasquia dos adeptos e da equipa para a aposta na vitória final na geral individual. «Não sinto mais responsabilidade por isso. Eu acordo para a Volta a Portugal com responsabilidade e com pressão. Faz parte do ciclismo. Não me aumenta ou diminui a responsabilidade [o dia negativo de Maurício Moreira]. Tentei muitas vezes ir à frente da corrida, mas nenhuma delas deu, e na vez que não estive presente, acabou por dar», recordou ‘Fred’. «É ciclismo. São dias que correm menos bem. Agora é olhar para a frente, terça-feira é outro dia, e a etapa até à Guarda e a chegada à cidade também são muito duras. Vamos trabalhar para prosseguir esse objetivo», admitiu, antes de reconhecer que as coisas estiveram longe do previsto e pretendido. «Se o que falhou foram as pernas ou o plano traçado? Acho que falhou um pouco das duas, falhou o plano, mas também as pernas: se não estivemos na frente da corrida, é porque falharam as duas. Se a equipa falhou? Não quero dizer isso. Se calhar, também tive muita marcação por parte dos adversários e acabou por sair para a frente um grupo a quem ninguém ligou, apenas eu parecia interessado em seguir na frente da corrida. Mas isso é normal, pois a nossa equipa é muito marcada. Já sabíamos que assim seria antes de começar. Agora é o Tavira-Farense líder, e há que olhar para os adversários com outros olhos, não só para a GlassDrive», foi a constatação/aviso de Figueiredo. «Quanto ao minuto e 22 segundos que dista de Délio Fernández na classificação geral, ‘Fred’ respira fundo: «Há muitas etapas pela frente, terça-feira é já outro dia duríssimo, por exemplo. Os dias maus podem calhar também aos adversários. Agora, estamos atrás deles, e vamos persegui-los», foi a promessa de quem promete inconformismo à despedida.