O galês Geraint Thomas, de 36 anos (Ineos-Grenadiers), que esta terça-feira recuperou a ‘maglia rosa’, símbolo da liderança da Volta a Itália, ao terminar em segundo a 16.ª etapa da prova, entre Sabbio Chiese e Monte Bondone, ganha pelo português João Almeida (UAE-Team Emirates) – que subiu ao segundo lugar, a 18 segundos do britânico na geral – elogiou o corredor luso como, possivelmente, talvez o maior adversário na corrida à vitória individual da 106.ª edição da prova, que se concluirá domingo, dia 28 do corrente mês. «É bom voltar a ter a camisola rosa. Teria sido bom vencer a etapa, mas pronto: este foi um daqueles dias em que tive de continuar a correr. Não queria jogar ao gato e ao rato com o João [Almeida]. E com Primoz Roglic [terceiro classificado, a 29 segundos de Thomas na geral] atrás, trabalhámos bem juntos. João conseguiu ser mais forte do que eu a lançar o sprint, infelizmente para mim», afirmou aos jornalistas o galês, que na quinta-feira completará 37 ‘primaveras’ – para 24 anos do corredor português, líder, também do Prémio Juventude, e por isso enverga a respetiva ‘maglia bianca’ – e que já ganhou uma Volta a França, em 2018. «Reforço o que vos tinha dito na segunda-feira, aquando do último dia de descanso: [João] Almeida sempre foi um dos maiores rivais que se apresentaram para mim desde o início deste Giro, e que tenho no pelotão. Já mostrou inúmeras vezes o quão forte é, bem como a sua equipa. Por isso, não fiquei surpreendido com a sua vitória na etapa», concluiu Geraint Thomas, que selou a amizade e profundo respeito entre dois campeões das duas rodas sendo dos primeiros a abraçar o corredor de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) após cortarem a meta isolas, com 25 segundos de vantagem sobre Roglic. O esloveno, chefe de fila da Jumbo-Visma, mostrou-se, de resto, e segundo a RAI, conformado com o desenlace da tirada e o terceiro lugar na classificação geral. «Ainda estou a recuperar da queda que sofri. Gostava de estar na luta pela liderança a 100 por cento, mas não deu. Fico feliz por ainda estar na luta, e no pódio», disse Roglic, com o diretor desportivo da sua equipa, Marc Reef, a desdramatizar dia menos feliz do ídolo dos pedais. «Perdemos uma batalha, mas não a guerra. Ainda há muito por vir e por se decidir nos próximos dias, ainda temos confiança no melhor resultado possível”, afirmou Marc Reef, não excluindo de forma alguma Primoz Roglic da equação para vencedor do Giro. Quarta-feira, dia 24 do corrente mês, a 17.ª etapa da Volta a Itália irá ligar Pergine Valsugana a Caorle, na distância de 197 quilómetros, maioritariamente planos, permitindo uma possível disputa ao sprint, antes de a montanha regressar para voltar a testar os candidatos, e em força, com tiradas em altitude na quinta-feira e sexta-feira… e um contrarrelógio na montanha (!) no sábado, antes da tirada final, de consagração, no domingo.