É chover no molhado: depois do Rio, Oliveira repete diploma em Paris
Nelson Oliveira foi 7.º classificado no contrarrelógio dos Jogos Olímpicos (IMAGO)
Foto: IMAGO

É chover no molhado: depois do Rio, Oliveira repete diploma em Paris

JOGOS OLÍMPICOS27.07.202419:13

Nélson Oliveira foi 7.º no contrarrelógio e conquista a primeira distinção de honra de Portugal; Evenpoel é campeão olímpico e Rui Costa fica no 35.º lugar

Aí está o primeiro diploma olímpico para Portugal! Depois das lágrimas de Catarina Costa pela manhã, o sorriso rasgado de Nelson Oliveira após concluir o contrarrelógio no 7.º lugar (+1.30,99m), que lhe permite igualar o resultado alcançado no Rio de Janeiro, em 2016.

O ciclista de Vilarinho do Bairo era o terceiro classificado quando terminou os 32,4 quilómetros no percurso montado em Paris, ficou logo a ideia que de o tempo podia valer um dos oito primeiros lugares, o que se veio a confirmar.

No final, a expressão de alegria de Oliveira não enganava. Afinal, tinha acabado de conseguir os dois objetivos que tinha traçado.

Nelson Oliveira muito sorridente após o diploma conquistado na prova de contrarrelógio dos Jogos Olímpicos

«Sabíamos que era importante não correr demasiados riscos, porque podíamos perder tudo. Felizmente, consegui chegar à meta são e salvo e alcançar aquilo que queria, que era levar para casa um diploma olímpico e, pelo menos igualar o resultado do Rio de Janeiro», disse aos jornalistas na zona mista.

«O sonho é sempre uma medalha, mas sabemos que há ciclistas melhores. Era difícil chegar ao pódio, ainda que não impossível. Mas o diploma, eu sabia que estava ao meu alcance e consegui», acrescentou, orgulhoso.

Aos 35 anos, em mais uma prova de que é um ciclista de enorme regularidade, Nelson Oliveira repetiu o resultado alcançado há oito anos, algo que diz só ser possível por ter as costas bem protegidas.

«Acho que o segredo é ser resiliente, e trabalhar sempre para manter o nível. Os anos vão passando, mas continuamos aqui e isso é bom sinal. Mas também sei que há um grande apoio por trás de mim, tanto a minha família, como os amigos, e da minha equipa. E é isso que também me ajuda a poder trabalhar todos os dias de igual forma», enaltece.

Realeza a ver o rei Remco ganhar

Quem também não se pode queixar de falta de regularidade é o novo campeão olímpico. O belga Remco Evenpoel (36.12,16m). O campeão do mundo da especialidade juntou à camisola arco-íris a conquista nas olimpíadas, ele que também já conquistou o título mundial de estrada.

E recorde-se que tem apenas 24 anos. Num dia que foi particularmente feliz para a Bélgica, que também arrecadou a medalha de bronze por Wout van Aert (+25,62s) – a prata ficou para o italiano Filippo Ganna (14,92s) -, nem a realeza faltou ao coroar dos dois ciclistas.

Instantes antes da conclusão da prova, a família real belga passou na zona mista, sob um enorme aparato de seguranças, para poder congratular Evenpoel e Van Aert, tal era a confiança de que algo bom estava para acontecer.

Quando a Rui Costa, o outro português em prova, terminou no 25.º lugar entre 34 participantes, gastando mais 2,47 minutos do que o vencedor. O antigo campeão do Mundo português, porém, não ficou desiludido com a prova, uma vez que aquela está longe de ser a sua especialidade, e há uma prova em que pode dar cartas no próximo sábado.

«A chuva tornava o percurso muito mais perigoso. E neste tipo de dias, o importante é ter prudência nas curvas e rotundas que havia ao longo do percurso. A estrada estava muito irregular, mas as minhas pernas até responderam bem. Não tive muito tempo a preparar esta disciplina, o resultado não é excelente, mas o mais importante é estar bem para a prova em linha», finalizou.

Rui Costa terminou o contrarrelógio olímpico no 25.º lugar (EPA)