Pela primeira vez na história, uma corredora transgénero subiu ao lugar mais alto do pódio numa prova feminina internacional por etapas: Austin Killips (Amy D Foundation) venceu a quinta e última etapa do Tour de Gila, no Novo México, Estados Unidos, resultado que lhe permitiu também terminar no primeiro lugar da classificação geral. Austin, que conquistou uma medalha nos campeonatos nacionais femininos de ciclocrosse, nos Estados Unidos, procura participar na Volta a França e nos Jogos Olímpicos de Paris. Um sonho que pode tornar-se realidade já que a União Internacional de Ciclismo (UCI) mantém a normativa que permite a participação de corredores transgénero na categoria feminina, desde que apresentem níveis de testosterona abaixo dos 2,5 nanomoles por litro durante um período de dois anos. No entanto, o caso continua a gerar discórdia e a polémica estalou nas redes sociais com vários atletas a oporem-se a esta regulação. «As regras atuais da UCI que permitem que homens participem em competições femininas não são justas para os desportistas», escreveu a ex-corredora canadiana Alison Sydor, campeã mundial de cross-country. A mensagem de Sharron Davies, nadador olímpico, segue pela mesma linha: «Isto é muito mais que uma desilusão. Os organizadores deviam sentir-se envergonhados. A UCI não está à altura.»