Ciclismo Ciclista multado por matar gato de ministro de San Marino a tiro
Antonio Tiberi com 21 anos, é um jovem ciclista que corre pela Trek-Segafredo, que, em 2019, foi campeão do mundo de contrarrelógio em juniores e, em 2021, já como profissional, foi terceiro na Volta à Hungria, sendo apontado como uma das grandes promessas do ciclismo italiano.
Tiberi, que este ano foi 8.º no Tour Santos Down Under e 7.º na Volta ao Emirados Árabes Unidos, surge com destaque na imprensa desportiva e não só, por em novembro ter matado a tiro um gato que pertencia ao Ministro do Turismo de San Marino.
«Ao posicionar-se com a carabina de ar comprimido perto do apartamento onde vive em San Marino, o arguido disparou tiros em direção da Via Istriani, atingindo intencionalmente o crânio de um gato que passava. Pouco tempo depois chegou o pedido de intervenção de um cidadão junto da Gendarmaria, que de imediato de deslocou para o local dos disparos», diz a sentença determinada pelo juiz.
Uma minuciosa investigação criminal levou à recente condenação, tendo também sido suspenso pela sua equipa, a Trek-Segafredo.
«1) O pobre gato morreu instantaneamente com o sinal claro de um buraco na cabeça.
2) O atirador foi um jovem de 21 anos, Antonio Tiberi, campeão desportivo, mas não campeão de tiro; ciclista profissional, bronze no Campeonato da Europa de 2018 e ouro no contrarrelógio júnior no Campeonato do Mundo em 2019, participou em 2022 na Volta à Espanha e no Giro Il Lombardia.
3) Tiberi é italiano, mas mora em San Marino desde março de 2022, atraído como muitos outros desportistas bem pagos, por um sistema de impostos subsidiados, introduzido em final de 2020 pelo atual governo com a lei das residências atípicas.
4) O gato morto por Tiberi, tinha sido adotado pelo Ministro do Turismo e Correios, Federico Pedini Amati, com 46 anos e ex-chefe de estado.
5) Foi o próprio ministro quem chamou os gendarmes naquela noite.
6) A sentença obriga Tiberi ao pagamento de 4.000 euros»
O ciclista, que tinha adquirido legalmente a carabina, assume a responsabilidade do sucedido.
«A minha intenção era simplesmente medir a capacidade de tiro da arma, tanto que apontei para uma placa de proibição de trânsito. Confesso que também tentei acertar num gato, e para minha surpresa acertei mesmo, mas não tinha a intenção de matar o animal, na verdade estava convencido que a arma não era letal», referiu.
Em San Marino, o código penal pune quem tortura ou mata animais sem necessidade, com prisão em segundo grau ou multa. Tiberi não tem precedentes e pagará 4.000 euros em algumas corridas.
Em Itália teria enfrentado uma pena com o risco de ter de treinar numa bicicleta ergométrica por um determinado período: «Quem por crueldade ou sem necessidade, causar a morte de um animal é punido com pena de prisão de quatro meses a dois anos.»
«O gato não incomodava ninguém. Estava connosco há muito tempo. Você não pode matar um animal de estimação e sair impune com uma multa de 4.000 euros. Apreciei que o jovem admitisse o facto, tendo-lhe dito que não precisamos de dar residência a estas pessoas», afirmou o ministro Pedini Amati.
A situação provocada por de António Tiberi teve o impacto mediativo tremendo nas redes sociais e comunicação social. O ciclista nunca pensou ver o seu nome vir a público pelos piores motivos, a carabina foi definitivamente confiscada e em San Marino os mais radicais pretendiam que lhe fosse retirada a residência.
Veja a foto: