A ciclista belga Shari Bossuyt com 22 anos, que corre pela Canyon-Sram, deu positivo a 'letrozol, num teste realizado em 19 de março, no final da 3.ª etapa da Volta à Normandia da qual foi vencedora, a substância é a mesma que foi detetada no ciclista de ciclocrosse, Toon Aerts, que se encontra suspenso por dois anos pela UCI. A equipa alemã Canyon-Sram Racing, que confirmou o positivo também na amostra B, suspendeu preventivamente a atleta; «Temos uma posição de tolerância zero em relação ao doping. Permanecemos em contacto com Shari e com aqueles que cuidam dos seus interesses, aguardamos pela decisão da Autoridade Antidoping Francesa (AFLD). O cumprimento das regras antidoping é parte integrante de todos os contratos entre a equipas e os atletas», afirmou Ronny Lauke, diretor desportivo da equipa com a qual a ciclista assinou contrato válido por três anos no início da temporada. O 'letrozol' é um inibidor de aromatase, usado para tratar mulheres na pós-menopausa com cancro da mama avançado desconhecido ou positivo para recetores hormonais. É proibido no desporto porque a sua utilização em conjunto com esteroides anabolizantes de andrógenos evita os seus efeitos adversos, sendo considerado um reforço da testosterona. No caso de um resultado analítico adverso, pode ser importante distinguir entre o uso repetitivo devido à administração voluntária e uso ocasional, possivelmente devido à ingestão involuntária. Com o objetivo de identificar a dose, pode realizar-se um teste de cabelo e se positivo, aplicar esses resultados aos cenários de ingestão inadvertida de 'letrozol' por um atleta, este estudo investiga a exerção urinária e a incorporação do cabelo de doses únicas. A substância detetada em Shari Bossuyt é a mesma que levou à suspensão por dois anos aplicada pela UCI a Toon Aerts, que apresentou recurso por não concordar com a pena aplicada, O ciclista belga deu positivo no decorrer do Campeonato do Mundo de Ciclocrosse disputado em 19 janeiro de 2022 e viu rescindido o contrato com a Baloise-Trek Lions, uma das mais fortes equipas da especialidade. Aerts continua a afirmar que o resultado positivo se deveu a um suplemento alimentar contaminado, uma análise efetuada a um lote do produto fechado não foram encontrados vestígios, por esse motivo a pena foi aplicada pela UCI. Shari Bossuyt pode enfrentar a mesma penalização, que a impediria de estar presente nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Em 2022 em conjunto com Lotte Kopecky, venceu o Campeonato do Mundo de madison, objetivo que faz parte das próximas olimpíadas. Com bons resultados na estrada com destaque para o segundo lugar na Volta à Bélgica feminina em 2022, é na pista que mais se tem destacado, além de campeã do mundo de madison com Lotte Kopecky, conquistou medalhas de prata nos pontos, nos Campeonatos da Europa de 2021 e 2023. A ciclista e a equipa prometem que dentro de poucos dias reunir com a comunicação social para esclarecer a situação.