Ciclismo Ciclista belga reclama inocência
A ciclista belga Shari Bossuyt, que corre pela Canyon-SRAM, afirmou em conferência de imprensa que está inocente, referindo-se ao positivo com “letrozol”, que foi detetado no final da 3.ª etapa do Tour da Romandia Feminina no dia 19 de março. A substância é utilizada para tratar o cancro da mama e faz parte da Lista de Produtos Proibidos da Agência Mundial Antidopagem (AMA).
É proibido no desporto porque a sua utilização em conjunto com esteroides anabolizantes de andrógenos evita os seus efeitos adversos, sendo considerado um reforço da testosterona.
«Nunca tinha ouvido falar de letrozol e acabei numa situação irreal. O processo ainda se encontra em andamento e tenho de explicar à AFLD (Agência Francesa Antidopagem) como o produto entrou no meu corpo. Será extremamente difícil porque nunca entrei em contato com o metabólito “letrozol” e nunca o usei conscientemente. Foi até a primeira vez que ouvi falar de “letrozol”. Depois de algumas pesquisas acabei por saber tratar-se do mesmo produto com que Toon Aerts foi confrontado. Felizmente estou bem apoiada por uma equipa que está a trabalhar nisso há um ano. Espero que possamos rapidamente fornecer clareza necessária às autoridades, e acima de tudo provar que não somos trapaceiros», declarou Shary Bossuyt que finalizou afirmando: «Parece injusto. Eu comparo a situação a ser preso por assassino quando não cometeu qualquer crime. É assim que me parece».
A ciclista belga com 22 anos, confrontada com a suspensão provisória adiantou: «Depois de falar com a equipa decidi não correr nas próximas semanas, Principalmente porque a minha cabeça não está preparada para competir. Primeiro quero clarificar a situação. Tudo indica que estamos perante uma contaminação. Vou continuar a treinar para em breve poder competir».
Toon Aerts, que se encontra suspenso pela UCI, esteve presenta na conferência de imprensa, sendo representado assim como Shari Bossuyt, por Yannick Prévost: «Achamos lógico que todo o resultado divergente seja examinado criticamente, mas vamos ser claros: Shari e Toon não são usuários de doping, mas vítimas. É muito difícil provar que se trata de contaminação de alimentos. Estamos atrás de uma pista, mas ainda não podemos torná-la concreta. O “letrozol” é usado para a fertilização de vacas e ovelhas. Essa é uma técnica relativamente nova, atualmente é uma hipótese que ainda não podemos comprovar. Porque a indústria de alimentos ainda não testa o “letrozol”. Que a AMA e UCI investiguem esse assunto connosco, porque seria uma pena punir um atleta com um sonho olímpico».
Shari Bossuyt quer disputar a corrida de madison com Lotte Kopecky, nos Jogos Olímpicos Paris 2024, sendo as atuais detentoras do título mundial.