Se, ontem, Camila Rebelo já estava focada no que pode fazer nos 100 costas, distância para a qual se qualificou para a final de hoje com 1.01,09m, apenas atrás da polaca Adela Piskotska (1.00,61) e com a italiana Federica Toma (1.01,11) e ser a terceira mais rápida das meias-finais, no regresso à aldeia do atletas do Jogos Universitários Chengdu-2023, ainda estava fresco na memória a medalha de prata que, na véspera, arrebatara aos 200 costas (2.10,47m). Na altura a terceira de sempre da natação lusa nas Universíadas, mas primeira feminina, e que sucedia aos pódios alcançados por Alexandre Yokochi nos 200 bruços com ouro em Zagreb-1987 e prata em Kobe-1985. «Foi incrível! É sempre bom receber uma medalha, ainda para mais nas Universíadas. Temos de aproveitar momentos como estes, são únicos», salientou a estudante do 3.º ano de medicina em Coimbra. Quando no final da semana passada deixou o Mundial de Fukuoka, onde foi semifinalista [15.ª] nos 200, sentiu que lhe faltara algo mais a realizar? «A forma havia sido apontada para Fukuoka, mas lá não deu para demonstrar aquilo que trabalhei. Senti que faltava qualquer coisa, por isso vim para a China com consciência que poderia voltar a tentar dar o melhor. Se acontecesse não iria ficar triste, mas como correu bem, não podia estar mais feliz», garante a nadadora do Louzan que desde março está apurada para os Jogos. Agora nos 100 costas, é voltar a lutar pelo pódio? «Vou sempre para bater o máximo pessoal e o que consegui agora já foi a melhor marca da época, o que me dá uma boa perspetiva para a final, mas o que for será», diz, jogando um pouco à defesa antes da prova em que também é recordista portuguesa com os 1.00,66s no Europeu Roma-2022 e aproveitando o ambiente na aldeia dos atletas para saborear o que, dentro de um ano, encontrará na Aldeia Olímpica. «Dizem que é parecido- Pelo menos dá para ter uma ideia, o que é bom para não chegarmos e levarmos com aquele impacto. Até serve como espécie de treino», rematou.
