Rui Bragança fez duas participações em Jogos Olímpicos no taekwondo
Após conseguir o 9.º lugar conseguido nos Jogos Olímpicos no Rio 2016, Rui Bragança levantou a voz para defender os atletas portugueses e deu o seu caso como exemplo.
Na altura, disse uma frase que teve um grande impacto, levando até a reações de membros do Governo: «Irei a Tóquio se houver apoios. Não vou pedir mais dinheiro aos meus pais».
Oito anos depois, poucos meses após ter terminado uma carreira desportiva de sucesso, Rui Bragança está em Paris 2024 a trabalhar como voluntário. E olhando para a realidade lusa, lamenta não ver tantas mudanças como gostaria, em relação à realdidade que denunciou em 2016.
Rui Bragança tentou para os Jogos, inscreveu-se para ir como médico, mas está a ajudar antigos adversários a chegar a horas aos combates; Bem resolvido com o final da carreira, está a despedir-se das lides olímpicas
«Continua a haver uma expectativa completamente irrealista em relação aos atletas, em comparação com os apoios que há. É preciso perceber que apuraram-se para Paris 2024 73 atletas portugueses, e cada um deles é um milagre», defende.
«No judo e na canoagem, começamos a ter alguma estrutura, a ter clubes e a federação a produzir novos talentos, mas ao mesmo tempo os atletas têm de continuar a ser irresponsáveis para continuarem a acreditar e a dedicarem-se tanto», lamenta.
E as críticas do antigo atleta estendem-se também a quem exige resultados sem conhecer sequer a realidade do desporto.
«De quatro em quatro anos, as pessoas deixam de ver o futebol e agora toda a gente é especialista em salto em comprimento, K1, K2 e K4, toda a gente sabe o que é taekwondo… quando nunca fizeram nada na vida. Isso é a primeira coisa que temos de mudar em Portugal: ter mais gente a fazer desporto para melhorar, não só a saúde, como a compreensão do que é estar nos Jogos Olímpicos», finalizou.