Surgem com regularidade ciclistas que precisam ser operados à artéria femoral, que devido aos treinos e competição vai ficando mais estreita (obstruída), Marianne Vos (Jumbo-Visma), Sam Oomen (Jumbo-Visma) são os casos mais recentes, a que se junta de Zdenek Stybar (Jayco-Alula) na foto, que será operado nos próximos dias à artéria na virilha ou na pelve. A artéria femoral é a segunda maior artéria do corpo, localizada ao longo da coxa, sendo o principal vaso sanguíneo a irrigar o membro inferior. Ela atinge a coxa por trás do ligamento inguinal, chamada neste ponto de artéria femoral comum, uma continuação da artéria ilíaca externa, estando a meio caminho entre a espinha ilíaca ântero-superior e a sínfise púbica. Segundo os especialistas em medicina desportiva, a obstrução da artéria femoral é um fenómeno bastante conhecido e ocorre principalmente em ciclistas que percorrem muitos quilómetros. Devido ao frequente levantamento da perna, na típica posição curvada numa bicicleta de competição, existe pressão na artéria. Em muitos casos, ao nível da famosa torção, ocorre uma pequena lesão no interior do vaso sanguíneo, fazendo com que este engrosse. Este processo repete-se várias vezes e a longo prazo confirma-se o estreitamento dessa artéria. As pessoas que ocasionalmente andem de bicicleta, esta situação raramente poderá acontecer. Devido à obstrução, o sangue rico em oxigénio que entra nos músculos diminui. Poderá acontecer que uma perna esteja perfeitamente normal com algumas horas de ciclismo e a outra com a artéria femoral obstruída está completamente acidificada. Deixar de praticar ciclismo ou efetuar uma cirurgia são as duas opções para os ciclistas que sofrem deste problema. No entanto, nenhum cirurgião vascular pode garantir com antecedência que o resultado final é 100 por cento bem sucedido e que o ciclista vai atingir o nível que tinha anteriormente. Jonas Rickaert (Alpecin-Deceuninck) que foi submetido a uma cirurgia para desbloquear a artéria femoral, foi informado que existia 85% de possibilidades de recuperação, mas também 15% de recuperação parcial, ainda em fase final da recuperação, em abril de 2023 o ciclista participou em cinco clássicas. Muitos ciclistas profissionais optaram pela cirurgia da artéria na virilha, Fabio Aru, Maud Kaptheijns, Theo Bos, Sam Oomen, Pauline Ferrand-Prévot, Steven Kruijswijk, Annemiek Van Vleuten, Bert De Backer e Marianne Vos. A recuperação não pode ser muito rápida para não provocar um resultado negativo. A opção passa por uma reabilitação mais lenta, para evitar a formação do tecido cicatricial na ferida provocada pela intervenção médica.