A esquiadora norte-americana Mikaela Shiffrin, de 27 anos, venceu a prova de Slalom Gigante da Taça do Mundo de esqui, a decorrer em Méribel (França), nos Alpes e somou a sua 85.ª vitória em etapas da competição planetária: a mais ganhadora da História no feminino poderá, já no sábado, dia 18 do corrente mês, e na prova de Slalom, igualar o histórico recorde absoluto de todos os atletas em ambos os géneros, ainda na posse do lendário sueco Ingemar Stenmark, com 86 triunfos averbados. Um triunfo arrepiante: Shiffrin foi a mais rápida no primeiro percurso… mas caiu para a 12.ª posição após a segunda passagem, acabando por terminar como a mais rápida após terceira demonstração, com o tempo de 2 minutos e 07,13 segundos, batendo a segunda classificada, a italiana Federica Brignone, por escassos 0,12 segundos! «O meu coração andou a ‘mil’! Inacreditável: estava tão nervosa. Vi-me a perder e fora da corrida ao ouro, senti-me a desfalecer», confessou uma atleta ainda incrédula por ter recuperado a liderança e ganho a prova aos jornalistas, após o final da descida, que aconteceu um dia após o treinador de Mikaela Shiffrin nos últimos sete anos, Mike Day – e que a seu lado esteve em 65 das 85 etapas da Taça do Mundo ganhas – ter anunciado que deixava de orientar a ‘pupila’, após a norte-americana ter anunciado «mudanças no staff no fim da época». «Agradecer a Mike é pouco, ele é parte de todo este sucesso», afirmou à ESPN uma Shiffrin emocionada, que ainda no pódio beijou o medalhão que traz ao peito, com a foto do pai, falecido em 2020. Ir ao inferno e voltar aos céus é a imagem de marca da norte-americana, o maior ‘flop’ da participação dos EUA nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2020 (disputados em 2022): estava inscrita em cinco provas, e não só não conseguiu qualquer medalha como não concluiu – desistiu – em três delas. Agora, na Taça do Mundo a decorrer nos Alpes franceses, e depois da medalha de prata no ‘Super G’ e da vitória no Slalom Gigante, Mikaela Shiffrin tem sábado encontro marcado com a história, na descida de Slalom: a 86.ª vitória, e igualar o recorde de Ingemar Stenmark. Mesmo em medalhas em Campeonatos do Mundo de Esqui, Mikaela tem um outro desafio: com 13 medalhas (sete delas de ouro) em 16 provas, é a mais ganhadora da era moderna da modalidade, em que a prova se disputa de dois em dois anos, a era moderna da modalidade: está a duas medalhas de igualar a proeza da alemã Christi Granz, que nos anos 30 do século XX conquistou 15 medalhas em Campeonatos do Mundo, mas que então se realizaram com periodicidade anual (mais chances de medalhas). No somatório de Campeonatos do Mundo e etapas da Taça do Mundo, Mikaela Shiffrin já em janeiro ultrapassara a compatriota Lindsey Vonn e as suas 82 vitórias: a 86.ª pode acontecer já no sábado.