Viver «a semana mais difícil» após a Supertaça e a «confiança» em Kovacevic e Debast: tudo o que disse Rúben Amorim

NACIONAL08.08.202413:38

Treinador do Sporting esteve em conferência de imprensa para antever o jogo com o Rio Ave, na 1.ª jornada da Liga

— Está prestes a começar mais um capítulo, onde o Sporting vai defender o título, contra uma equipa que é sempre muito complicada.

— É sempre bom voltar a casa, onde temos sido fortes. Eu gosto muito da equipa, mas também sou suspeito porque gosto muito do treinador, acho que eles jogam de uma forma muito parecida à nossa, vai haver um encaixe nas equipas e vão ser os duelos a definir muitas situações. Queremos defender o título e voltar a ser campeões nacionais.

— Que cicatrizes deixou a Supertaça no Sporting, como é que foram estes dias para a equipa?

— Foram muito difíceis, talvez os mais difíceis que já vivemos, porque perdemos um título, mas principalmente pela situação em si. É difícil acordar esta semana, e a primeira coisa que nos vem à cabeça é o jogo. Temos de olhar para o jogo, esquecer o resultado e o contexto e olhar objetivamente para o que temos de melhorar e foi o que fizemos. Trabalhámos várias coisas, preparámos este jogo e não há nada como jogar outra vez para curar definitivamente essa situação. Diria que foi a semana mais difícil que tivemos.

— Sobre o caso de Nuno Santos, a Câmara Municipal de Aveiro aponta ao dedo aos jogadores do Sporting, como é que o clube olha para esta situação?

— A nossa grande preocupação é com a Rita, sabemos que etsá a recuperar bem. Asituação é grave e agora a responsabilidade vai ser apurada, deixamos isso para os sítios certos. Houve um comunicado da CM Aveiro, outro do pai, duas versões completamente diferentes, mas dou mais valor à pessoa que estava lá. Não tiro a responsabilidade aos meus jogadores, mas não vou crucificar os meus jogadores. O Nuno Santos mostrou muita preocupação com a situação da Rita. Estamos aqui para ajudar no que for preciso a família.

— Como estão os ânimos da equipa e como é que se gere essa derrota na Supertaça?

— Somos uma equipa cada vez maior, que sente cada vez mais as derrotas, o jogo esteve na nossa mão, mas numa equipa em que uma equipa está a ganhar 3-0 e o jogo termina 3-4, o grande responsável é o treinador. Já vi o jogo três vezes e senti que a equipa estava bem, num pequeno ou outro pormenor devíamos ter tido mais atenção.

— O Sporting perdeu na Supertaça uma oportunidade de vincar o estatuto de maior candidato ao título de campeão esta temporada, para agora passar a ser a equipa mais pressionada nesta 1.ª jornada da Liga?

— Nós temos sempre pressão, nós queremos muito ganhar este jogo por tudo o que aconteceu na Supertaça. Estou com preocupações completamente diferentes do que aquelas que teria se tivéssemos ganho a Supertaça. Temos a mesma pressão, não vincaríamos nada se tivéssemos ganho a Supertaça. A semana teria sido muito melhor, a confiança seria maior, mas não muda nada porque agora é este jogo que terá importância.

— Nos festejos do campeonato da época passada, o Rúben afirmou que ficaria para conquistar o campeonato, numa altura em que se falava da sua possível saída do clube; o que é que o fez ficar no Sporting?

— Tudo, há razões também pessoais das quais não vou falar, mas gosto de estar aqui, o clube também me quer e podemos fazer algo que não é feito há 70 anos e é importante tentar fazer isso. Ser bicampeão será muito difícil, como ficou provado na Supertaça, portanto o que me fez ficar foi o contrato, a vontade de ficar e a vontade do Sporting.

— Está preocupado por não haver uma alternativa à altura a Gyokeres?

— O plantel pode melhorar, estamos a fazer por isso, temos alvos bem definidos e vamos lutar por eles até que seja impossível. Eu não estou nem mais enm menos preocupado, queremos melhorar o plantel, mas temos equipa para vencer o próximo jogo e isso é o mais importante.

— O Ioannidis é possível?

— Não vou falar em nomes, vamos ver o que acontece.

— Como vê o facto de ter sido instaurado um processo pelo Conselho de Disciplina ao Nuno Santos?

— Essas coisas ultrapassam-me porque eu desconheço como é o desenrolar dessas situações.

— O que se passou com Gyokeres no final do jogo da Supertaça, o Viktor discutiu com os colegas?

— Não se passou nada. O Viktor não discutiu com os colegas. Quando falha um golo ele começa a falar sueco sozinho e foi isso que se passou. Não houve uma intervenção especial da minha parte sobre isso.

Kovacevic e Debast vão ser titulares com o Rio Ave?

— Quem vai ser titular não vou dizer, porque isso ajuda a preparar o jogo. Agora, têm toda a confiança do treinador, como tinham antes da Supertaça. O importante é os jogadores conhecerem o treinador e eu estou zero preocupado porque eles já me conhecem. E olhando para o meu historial, eu estar a tirar um jogador à primeira coisa que acontece não é normal. Eles têm a confiança do treinador e tudo vai acabar por correr bem.

— Na Supertaça, o Sporting, até ao 3-2, não tinha criado situações de golo, não podia ter feito alterações mais cedo?

— Tivemos uma grande oportunidade na 2.ª parte. Há um lançamento, onde há as alterações, e depois num bloqueio de um jogador que estava em fora de jogo, há o segundo golo do FC Porto. Foi a troca, lançamento, golo. No terceiro golo, novo lançamento, fraca organização nossa. Quando se diz que eu não mexi na equipa… quanto a mim, o FC Porto não estava por cima de nós no jogo e achei que não devíamos mudar. Depois, lembrem-se das oportunidades do FC Porto. Há uma grande defesa do Kovacevic, não há mais. Nós temos duas situações onde o Marcus Edwards tira um jogador da frente, só tem de isolar o Gyokeres e o passe não sai. Para mim isso é uma oportunidade. No terceiro golo, quando há um lançamento na última linha defensiva, temos de vir para trás da linha da bola, eu disse ao Quenda para ele defender como um lateral e ele podia ter evitado o [segundo] golo do Galeno. O jogo em si, senti que não precisava de fazer muito, nós estamos mais perto do 4-1 do o FC Porto do 3-2. É a minha opinião, pode não ser muito popular.

Como está clinicamente o plantel do Sporting?

— Dos lesionados, o St. Juste ainda está a fazer tratamento e perto da família, o Rafael Nel está muito melhor e a recuperar bem, o Nuno Santos, apesar de estar psicologicamente abatido com a situação, está a recuperar muito bem e nós precisamos muito dele, gostamos muito dele e ele faz muita falta à nossa equipa.

— O Rio Ave vem de um mercado de verão em que chegaram vários jogadores novos, isso traz alguma incerteza à preparação do jogo e, por causa disso, acha que o Rio Ave tem mais hipóteses de surpreender o Sporting do que o Sporting surpreender o Rio Ave?

— Acho que sim, mas não só por isso, mas porque o treinador do Rio Ave é muito bom. Na época passada mudou por completo a forma de jogar em Alvalade para a forma de jogar em Vila do Conde. Acho que vai haver alguma coisa nova na equipa que nos pode surpreender. A equipa tem agora mais jogadores para reter posse do que de velocidade, saíram o Aziz e o Boateng, o Fábio Ronaldo estava em dúvida mas acho que vai jogar. Se jogar o Kiko Bondoso é completamente diferente. Também têm uma saída a quatro com o médio defensivo, são bons nas bolas paradas. Nós estamos preparados para tudo, mas queremos implementar o nosso jogo.

— Qual foi a reação de Kovacevic e Debast a esta semana que, como disse, foi muito difícil, porque o resto do plantel já sabe com o que contar. Em relação a eles, como é que eles reagiram a um jogo em que não deixaram propriamente uma boa imagem?

— É fazer uma avaliação aos erros. Um central e um guarda-redes não podem errar, se não, dá golo. Eles estiveram bem, mas como toda a equipa, a querer o próximo jogo, abatidos, mas isso foi toda a gente. É importante nós sentirmos isso, não podemos é parara de trabalhar. Eles estão preparados para jogar e para mais um desafio.

— Qual é a disponibilidade do Trincão e acha que o Sporting é o principal favorito à conquista do título?

— Favorito não, tem uma responsabilidade diferentes e todos olham para nós de uma forma diferente. Houve anos em que olhavam para nós como outsiders, agora olham para um candidato e isso aumenta a responsabilidade. Não diria favorito, mas a responsabilidade aumentou em comparação com os outros anos. Sobre o Trincão não sei o que dizer, ele treinou, foi para casa. Ele não tem nada, está apto, pronto e num bom momento para nos ajudar a ganhar o jogo.