O MISTER DE A BOLA Vitória preciosa

Vítor Vinha analisa o Arouca-Sporting, da 25.ª jornada

1 - Humildade leonina
Contra um Arouca muito bem organizado, com ideias claras e uma qualidade acima da média, principalmente na frente de ataque, o Sporting vestiu o fato-macaco e, humildemente, foi em busca da vitória. Na hora de defender, alternou o habitual sistema 1x5x4x1 com o 1x4x4x2, de maneira a ser mais agressivo na pressão. O posicionamento de Geny foi peça-chave nesta constante mudança - mais alto, para tentar igualar a construção do Arouca, com Quaresma a assumir a posição de lateral direito, ou mais baixo, mantendo a usual linha de cinco. No entanto, esta sucessiva alteração de sistema apenas permitiu à equipa de Rúben Amorim controlar o jogo, sustendo, de certa forma, o resultado em aberto até final. O 3-0 não espelha as imensas dificuldades que os leões enfrentaram na Serra da Freita.

2 - Transições frutíferas
Não querendo correr muitos riscos, devido ao estado do terreno e qualidade do adversário, mas com a necessidade de vencer, o Sporting usou e abusou das bolas longas para Gyokeres. Tanto a jogar no pé como a procurar as costas da defensiva arouquense, notou-se alguma dependência do poderio físico e qualidade individual do sueco.
Com um golo na primeira parte, os dois golos, em tempo de desconto, na segunda parte surgiram na sequência de transições ofensivas. Gyokeres, Geny Catamo e Hujlmand finalizaram da melhor forma três lances em que os verde e brancos, após recuperação de bola, saíram, rapidamente, para a frente.

3 - Boas ideias
O conjunto de Daniel Sousa foi um osso duro de roer. Com uma construção a partir do guarda-redes, Arruabarrena, os quatro defesas mais baixos e dois médios a pegar no jogo, David Simão e Pedro Santos, o Arouca procurou atrair a pressão leonina, criando espaços entrelinhas. Com quatro jogadores de grande qualidade na frente (destaque para Mújica), posicionados em espaços interiores, e que sempre que recepcionavam a bola tentavam causar dano à defensiva contrária - recebendo no pé ou na profundidade, o Arouca, principalmente na primeira parte, deu sempre sinais de querer discutir o resultado. No minuto 34, após uma jogada com princípio, meio e fim, Sylla obrigou Franco Israel à defesa da noite. Parabéns ao Arouca que, mesmo num campo que foi ficando pesado, se manteve fiel às suas ideias, colocando imensas dificuldades ao líder do campeonato nacional.

4 - Destaques
Gyokeres assumiu-se, novamente, como a principal referência no ataque leonino. Incansável, foi empurrando a defensiva arouquense para o seu reduto. Fez uma assistência para golo e marcou pela 19.ª vez na prova. É, claramente, um dos maiores destaques da Liga.
Hjulmand recuperou no segundo e no terceiro golos (aqui, ele próprio concluiu a jogada e fechou o resultado). O médio dinamarquês, tanto no momento defensivo como no ofensivo, é peça fundamental no Sporting.