Famalicão-FC Porto, 1-1 Vítor Bruno: «Infelizmente foi uma vitória que valeu apenas um ponto»

NACIONAL07.12.202423:05

Treinador do FC Porto criticou a equipa de arbitragem, que anulou o bis de Samu e assinalou uma grande penalidade para Aranda, defendida por Diogo Costa

O FC Porto tinha a possibilidade de igualar os pontos do Sporting no topo do campeonato, após a derrota dos leões com o Moreirense, mas os portistas deixaram dois pontos em Famalicão e Vítor Bruno contestou a equipa de arbitragem.

- A equipa tenta de facto ser dominadora, é dominadora, mas a primeira vez que o Famalicão se acerca da baliza do FC Porto, praticamente em cima do tempo de intervalo, marca… demasiado castigador aquilo que viveu aqui esta noite em Famalicão?

- Acho que o Carlos [jornalista] acabou de dizer na sua pergunta aquilo que foi o resumo do jogo. Equipa dominadora, controladora, a dominar todos os momentos do jogo, atacar por um lado, pelo outro, identificar espaços, aproximar-se várias vezes da baliza da adversária com perigo. Num lance indefenso acaba por sofrer um golo, continua, entra bem na segunda parte, vai à procura do golo, faz o golo do empate, faz o golo da vitória. Infelizmente foi uma vitória que valeu apenas um ponto.

- Acaba por ser um autêntico anticlímax esse momento. O FC Porto recupera a bola, uma saída rápida para o ataque, está a festejar o 2-1 e acaba do 2-1 a favor quase para poder virar para um 2-1 contra.

- Sim, são decisões que são tomadas e aquilo que mais me incomoda é ver critérios diferentes em jogos diferentes, é não haver aqui uma uniformidade que devia orientar toda a gente. É premiar muitas vezes aquilo que é o antijogo, não valorizamos o nosso futebol, a equipa adversária vai perdendo tempo, em cada reposição. Foi desde o início do jogo que foi demasiado evidente e depois no final temos pouca coragem, em alguns jogos temos coragem, em outros não temos tanta coragem e repor aquilo que tem de ser reposto no final.

- No final do desafio, Vítor, percebi que fez questão de ficar ali e dar o corpo às balas. Houve reações a quente, o FC Porto já não ganha fora há 5 jogos, mas sente que hoje não se pode exigir mais à equipa, terminado o jogo, ainda que com um empate?

- Fiz questão precisamente por isso, que os jogadores não mereciam estar a ouvir aquilo que estavam a ouvir. Eu sei que muita coisa é dirigida para mim, mas também lhe digo que foi a primeira e última vez neste contexto de empadar tudo, a ser muito séria, ebriosa, honesta, muito profissional, com uma atitude competitiva brutal, com uma mentalidade muito ganhadora. Foi a primeira e última vez que faço isto, porque os jogadores não merecem sofrer aquilo que sofreram hoje aqui no final.

- Cinco jogos seguidos sem ganhar fora. Há alguma maneira de dar a volta a isto ou isto também do ponto de vista mental começa a entrar de alguma maneira na cabeça dos jogadores?

- Não, os jogadores hoje fizeram tudo para ganhar, tudo para ganhar, e ganharam, só que infelizmente há vitórias que em determinados campos valem apenas um ponto.

- Como é que se sente, Vítor, do ponto de vista pessoal também, olhando para si no final do jogo, já disse aqui que o que fez hoje não repetirá no futuro, mas como é que se sente carregando também em cima dos ombros um peso que é um peso...

- É um peso de treinador, um peso de treinador que vai à luta, que não se encolhe, que está com os jogadores até à morte, que sabe que neste momento o FC Porto depende apenas de si para ser campeão e agarrar-nos àquilo que é nosso, ao treino, ao trabalho, àquilo que é o nosso investimento diário. Continuar a ser total naquilo que é o trabalho no Olival e seguir caminho, atacar o jogo de quinta-feira, voltar a atacar forte numa competição diferente, e estamos aqui para a luta até ao fim.