Pode uma equipa ficar melhor com a saída da sua principal estrela? Na opinião de Vitinha, sim. «O PSG está melhor coletivamente nesta época», disse o internacional português, em entrevista ao The Times. «Não temos problemas em falar disso. Kylian [Mbappé] é um dos melhores jogadores , senão mesmo o melhor. Já sabíamos que ia ser difícil. Não o podes substituir diretamente, mas podemos substituí-lo com a equipa. Foi isso que fizemos, mas isso leva tempo. Penso que coletivamente estamos melhores e já mostrámos isso. Às vezes os golos não surgem, mas temos muitos bons avançados», explicou o médio de 24 anos, corroborando o que disse Luis Enrique, o treinador, no início desta temporada, sobre a perda de mais de 40 golos por época: «Se tivermos três ou quatro avançados a marcar mais de 10 golos cada um...» Feliz por estar num projeto baseado em jogadores jovens - «uma visão de longo prazo», justifica - o antigo jogador do FC Porto confidenciou o prazer de ser treinado pelo espanhol, um homem e um treinador com características muito especiais. «Ele é muito intenso. Acho até que não podia ter encontrado um melhor treinador. Ele consegue encaixar as minhas melhores características no jogo. O melhor de tudo é que ele é muito direto. Nunca te vai mentir. O que ele quer dizer, diz-te diretamente. Não podes ficar com uma impressão errada. Isso é muito bom para um jogador. Sabes sempre o que o treinador pensa sobre ti. Gosto muito disso. Às vezes os treinadores não são tão diretos, para se protegerem a eles próprios», referiu. Mas se o Paris Saint-Germain está bem na Ligue 1, liderando a prova com mais nove pontos que o Marselha, o mesmo não se passa na UEFA Champions League, encontrando-se atualmente na 25.ª posição, a primeira da zona fora do play-off de acesso aos oitavos de final, e precisando de vencer amanhã, em casa, o Manchester City para se manter na corrida e não ficar de fora precocemente depois da boa campanha na época passada, concluída nas meias-finais frente ao Dortmund (derrotas por 0-1 nos dois jogos) e que Vitinha recordou com amargura: «Ainda dói e vai continuar a doer por muito tempo. Estávamos mesmo a sentir que [a Champions] era nossa. Tínhamos tudo para chegar à final e numa final tudo pode acontecer. Foi mesmo difícil digerir aquela grande desilusão.» «Temos noção da importância deste jogo [frente ao Man. City] nas contas da qualificação. Podem imaginar a fome que temos em demonstrar a toda a gente que somos uma equipa forte e que podemos estar à altura deste tipo de jogos», vincou o criativo centro campista dos parisienses e uma das atuais vozes de comando.