As fases de qualificação da Champions apresentam sempre dificuldade extrema e diversas equipas de primeiro plano ficaram para trás nesta grande prova de seleção, mas no que diz respeito ao SC Braga a verdade é que em momentos decisivos o guerreiro não tem falhado. Nas duas ocasiões em que foram colocados à prova na maior competição da UEFA, os arsenalistas conseguiram aceder ao quadro principal da grande prova, perseguindo agora o patamar a 100 por cento, um três em três que teria características especiais. Em 2010/2011, umas das temporadas mais sensacionais do clube com Domingos Paciência como treinador, o SC Braga ultrapassou duas fases a eliminar perante equipas renomadas no contexto europeu, afastando primeiro o Celtic na 3.ª pré-eliminatória e depois o Sevilha no play-off, num cenário de dificuldade extrema que reflete a erosão da prova.Dois anos mais tarde, os arsenalistas voltaram a marcar presença na Liga dos Campeões através do play-off, com eliminatória disputada taco a taco com a Udinese, que fechara a temporada anterior no terceiro lugar da Liga italiana. «Os dois jogos foram muito equilibrados, com empates em casa e fora, mas o SC Braga foi mais feliz e mais competente nas grandes penalidades», recorda o antigo treinador dos arsenalistas, agora a comandar a Nigéria. José Peseiro encara essa passagem em 2012/2013 como um momento importante para o clube, mas reconhece que uma década mais tarde os arsenalistas apresentam outro andamento e projetaram-se. «Naquela época a equipa era boa mas entretanto o SC Braga cresceu muito, criou grandes condições e ficou mais perto dos grandes», destaca. E é graças a este crescimento sustentado que José Peseiro não tem dúvidas em colocar os guerreiros numa linha de favoritismo perante a equipa da Sérvia. «A nível de potencial, o SC Braga é superior ao Backa Topola na mesma proporção em que a Liga portuguesa é mais valorizada a nível internacional do que a Liga sérvia, vejo o SC Braga com força para seguir em frente», argumenta o selecionador da Nigéria. A diferença de valor das duas equipas estende-se também ao plano individual e Peseiro considera que com as movimentações no mercado o SC Braga ficou com um grupo fortíssimo. «Quando jogadores como Rony Lopes, Bruma ou José Fonte aceitam o convite do SC Braga, o clube está a enviar um sinal para o mercado mas também a reforçar a sua presença no plano europeu» está seguro Peseiro, que gaba também o trabalho «consistente» de Artur Jorge no plano técnico. Nesta relação de forças, José Peseiro não tem dúvidas que o SC Braga parte como favorito para esta ronda europeia, mas faz notar que numa prova com a dimensão da Liga dos Campeões as surpresas acontecem e o guerreiro deve estar preparado para lidar com os imprevistos. «Estamos a falar de jogos com uma carga muito grande e que podem ficar resolvidos nos pormenores. Uma equipa teoricamente superior não está livre de ter um dia mau e até um cartão vermelho pode ter peso numa eliminatória», sublinha.
