Treinador do Arouca admitiu «frustração» pela segunda parte e mostrou-se surpreendido pelo bloco baixo dos dragões
Vasco Seabra, treinador do Arouca, em declarações na sala de imprensa do estádio Municipal, após a derrota contra o FC Porto (2-0), em jogo da 24.ª jornada da Liga:
«A principal frustração advém da segunda parte. Foram duas partes muito distintas. Entre o deve e o haver estivemos um bocadinho por cima na primeira parte. O FC Porto tem um lance que desbloqueia o jogo e tem a situação da bola [do Samu] com o João. Temos três situações em que poderíamos ter feito golo. Estávamos a conseguir desbloquear a pressão do FC Porto, a conseguir atacar a profundidade e a criar oportunidades. Só em dois ou três momentos, sobretudo na direita, é que não estivemos tão bem e o FC Porto esticou e criou-nos dificuldades. Na segunda parte o FC Porto ficou muito baixo e tornou-se mais difícil de entrar. Se é difícil jogar contra um 5x4x1, contra uma equipa grande mais difícil se torna. Não queríamos ficar-nos por ter bola, queríamos lançar mais gente para o ataque, com os laterais a subirem mais. Com isto, colocámos a equipa mais exposta às transições. Fica a frustração por não termos conseguido reentrar no jogo.»
Guarda-redes preponderante na primeira parte para segurar a vantagem, com o médio ofensivo a decidir a partida em mais um lance de pura inspiração. Alan Varela foi poço de energia e Namaso entrou bem
Espanhol foi o jogador do Arouca que mais ameaçou Diogo Costa; Sylla, David Simão, Fukui, o Arouca teve atrevimento, mas não passou pelo crivo do guarda-redes do FC Porto
Nada tem a ver com o Carnaval: o FC Porto foi pragmático, entendeu o momento e venceu um jogo frente a adversário que nunca o entregou de bandeja
«Marcano? Não era expetável, admito. Sentimos que o Marcano tem qualidade com bola e queríamos retirar-lhe esse momento e reduzir tempo ao central do meio. Foi a única coisa que alterou. Falámos com os dois da frente, o Nandín e o Sylla, porque a pressão mudava ligeiramente. Ajustámos a pressão. Por outro lado, queríamos explorar a profundidade e atrair mais ao correr, [o Marcano] poderia ter mais dificuldade. Tentámos fazê-lo na primeira parte. Na segunda metade foi mais difícil porque o FC Porto estava muito baixo.»
[Esperava um FC Porto tão conservador depois do golo]: «Advém das oportunidades que criámos. O FC Porto nunca teve o controlo do jogo na primeira parte. O facto de não ter tido o controlo quando estava a ganhar por 1-0 mostrou respeito pelo Arouca e pelo que estávamos a construir. Não esperava a abordagem que o FC Porto teve. Tentámos aumentar o número de jogadores no ataque, mas tivemos dificuldades em tirar conforto à linha defensiva do FC Porto. Só conseguimos no final quando tivemos o golo anulado e o cabeceamento do Mansilla.»