Varandas Fernandes, vice-presidente do Benfica entre 2012 e 2021, é um dos rostos do movimento do empresário Marco Galinha, que admitiu candidatar-se à presidência dos encarnados. Depois de um almoço em Rio Maior que reuniu cerca de 300 benfiquistas, entre os quais o empresário Vítor Santos, Varandas Fernandes deu conta das motivações do grupo e criticou Rui Costa. «No Benfica temos um lema: somos todos iguais, somos todos benfiquistas. É isso que queremos que o Benfica seja. Tem de ser dos sócios, que querem que o Benfica ganhe, tenha uma estrutura sólida, que seja bem governado e esteja à altura dos seus pergaminhos e da sua história», começou por dizer, acrescentando: «O futuro do Benfica preocupa-nos. É por isso que estamos aqui, numa confraternização à Benfica, numa grande família. Somos uma das maiores famílias portuguesa, se não a maior.» «Queríamos dizer-vos de forma simples, direta e sem pretensiosismos: não estamos contra ninguém, não desejamos nem queremos mal a ninguém. Temos rivalidade é com o Sporting ou FC porto ou com os outros clubes. No Benfica não temos rivais. Temos de ser todos Benfica. É o primeiro grande apelo que fazemos. Benfica precisa de uma grande união, para ser novamente um grande clube europeu. Os tempos mudaram, a gestão hoje é diferente, exige transparência, governação séria, compliance, e temos pessoas à altura para desempenhar esse papel, com experiência, história, ambiciosas e sentem e vivem o Benfica. Todos aqui sentimos e vivemos o Benfica», prosseguiu. «Estamos a viver um momento crucial, o futuro da nossa instituição pode ser radicalmente mudado com a conjuntura. É por isso que estamos aqui. Precisamos de uma resposta do associativismo. Os sócios Benfica têm de juntar-se, todos sem exceção. Benfica precisa de todos para ser um grande clube mundial, não precisa de fação, precisa de unidade. Se essa unidade for possível de construir estamos disponíveis para construir uma unidade no Benfica, com as nossas ideias, estudos, perspetiva do que será o futebol e a sociedade portuguesa nos próximos anos. A resposta é urgente e por isso estamos aqui. Muitos não frequentam as nossas AGs, temos as nossas profissões e muitas vezes não temos tempo para estar no clube o quanto o clube precisa de nós. Mas chegou o momento de todos nós termos uma voz no Benfica, apelo a que essa voz saia daqui mais forte e unida» defendeu. Finalizou a intervenção com críticas à Direção: «Queria recordar que o Benfica antes do 25 de abril já era um clube democrático, já se votava livremente antes. Queremos que o Benfica seja livre e não esteja prisioneiro de grupos, seja acima de tudo de todos e para todos. É urgente aprovar os estatutos para que o Benfica tenha uma cara, apresentação e credibilidade diferentes e que o futuro seja transparente. Respeitamos o passado, sabemos que houve obra feita, que muitos grandes presidentes passaram no Benfica, respeitamos e honramos o passado deles. A intenção que existe aqui é viver o Benfica. Respeitamos a Direção, o passado, queremos olhar para o futuro. Assistimos a demora incompreensível para marcação da AG para votar os novos estatutos, tivemos a palavra de honra do presidente Rui Costa que os estatutos são para aprovar já. E estamos a ver o tempo a passar, as coisas a demorar. Isto não é o Benfica. Não pode haver este tipo de conduta. Não aceito nem concebo que as próximas eleições se realizem com os estatutos antigos. Os novos estatutos são fundamentais. O que mais desejo é que possamos rumar ao 39. Queremos ganhar e ajudar o Benfica a ganhar. Queremos construir um Benfica diferente, respeitando as regras e a democracia do clube.»
