Van Gaal e a luta contra o cancro: «Escondi o máximo que pude...»
Louis Van Gaal (IMAGO / ANP)
Foto: IMAGO

Van Gaal e a luta contra o cancro: «Escondi o máximo que pude...»

INTERNACIONAL19.06.202411:17

Treinador revelou que estava a lutar contra um cancro na próstata quando orientava a seleção dos Países Baixos

Louis Van Gaal, que está a lutar contra um agressivo cancro na próstata, é protagonista de um documentário, ‘Sempre positivo’, que irá servir de apoio para a investigação oncológica. O treinador, de 72 anos, anunciou que sofria de um cancro na próstata durante o Mundial do Catar, quando era selecionador dos Países Baixos.

«Sempre pareci muito jovem, é essa a razão para o meu bom aspeto (risos). A minha mãe estava a morrer e teve a cara como uma flor até ao último momento. Ninguém via que estava doente. Eu tenho o mesmo problema. Ou a mesma sorte. Lido com a doença há mais de três anos, com radiações, injeções de hormonas, operações, cateteres e bolsas de urina. É incrível, mas consigo. Geri as coisas e consegui até trabalhar durante o último Mundial. O processo do cancro não é muito diferente do processo de ser treinador, procuras um objetivo. Para mim foi positivo lidar com as duas coisas», começou por explicar.

Questionado sobre o momento em que revelou estar doente: «Fi-lo em parte devido à Fundação para o Cancro da Próstata nos Países Baixos. Convenceram-se a falar das coisas abertamente, porque era bom para as pessoas que sofrem o mesmo. Para mim foi realmente bom, porque dessa maneira também informei os meus jogadores do que se estava a passar. Até esse momento não sabiam.»

Louis Van Gaal (IMAGO / ANP)

Van Gaal contou como foi a reação dos jogadores: «Não creio que isso fosse importante para a relação com os jogadores. Quando podes escondê-lo, melhor. O encontro seguinte com os jogadores foi um pouco especial. Eles falaram mais do que eu. E como treinador de uma seleção vês as pessoas uma vez por mês ou a cada seis semanas. Depois de saberem, creio que os meus jogadores tinham mais respeito por mim. Acho que foi bom para a equipa.»

O técnico chegou a fazer tratamentos à noite: «Como ao início pensava que era melhor não saberem, escondi o máximo que pude. À tarde eles tinham de descansar e eu aproveitava para dormir o que pudesse. Depois fazia os tratamentos à noite para que ninguém me visse.»

Acerca de um regresso aos bancos: «Nunca se sabe, penso sempre positivo.»