28 abril 2024, 23:32
Tanto tempo para Amorim perceber que tanto errara (crónica)
FC Porto aproveitou muito bem os erros iniciais do Sporting; Leão só criou perigo quando o treinador mudou; fúria de Gyokeres: 2-0 para 2-2 nos dois minutos finais
Francisco Barão esteve no último bis de Manuel Fernandes num minuto e compara-o a Gyokeres
Francisco Barão sabe melhor do que ninguém qual é a sensação de ver um avançado marcar dois golos em cerca de um minuto. Viveu-o em 1977/1978, quando o Sporting goleou o Feirense por 5-0 no Campeonato Nacional da I Divisão. Na altura foi Manuel Fernandes a bisar, aos 52 e 53 minutos.
«Há certas coisas no futebol que nós olhamos para as estrelas e para quem está lá em cima... O Sporting entrou em campo com uma grande homenagem, totalmente merecida, ao Manuel Fernandes e nada melhor que o grande avançado que o Sporting tem igualar esse feito que o Manel tinha realizado há muitos anos», destacou o antigo defesa, em conversa com A BOLA, a propósito do bis de Gyokeres no clássico do Dragão.
Mas as coincidências não se ficam por aqui. «Voltar a ser realizado contra uma equipa também daquela região é o recordar de tempos antigos e a satisfação de ver o Sporting cada vez mais perto do título», assumiu, apontando as diferenças na forma de jogar dos dois avançados, que, ainda assim, não impediram que existissem algumas semelhanças no segundo golo de Gyokeres no jogo de domingo.
«O Manuel Fernandes era mais fino e às vezes até dizíamos que era cínico, porque aparecia e desaparecia para depois aparecer novamente sem os defesas verem. Ainda assim, o segundo golo tem muito de semelhante com o que o Manel fazia: deslocar-se dentro da área nas costas dos defesas para encostar para a baliza. Se calhar não são coincidências, ele [Deus] está lá em cima e muitas vezes não se esquece de nós», constatou.
Gyokeres foi herdeiro do recorde de marcar dois golos num minuto, mas Francisco Barão acredita que pode ambicionar herdar o estatuto lendário de Manuel Fernandes. «Se ficar mais alguns anos isso vai acontecer, pela forma dele trabalhar. Pelo que tem feito esta temporada, já começa a ser uma lenda», realçou, apesar dos tempos serem bem diferentes. «Nós jogávamos muito com amor à camisola e hoje o futebol é negócio. Um Gyokeres em 1977/1978 se calhar virava um Manuel Fernandes», vaticinou.
Num momento difícil, Francisco Barão fez questão de deixar uma mensagem de melhoras a Manuel Fernandes: «Que acredite e lute como fazia em campo. Tem grande desafio pela frente, mas também tem uma grande equipa por trás dele», afirmou, recordando um almoço de homenagem que realizou há dois meses com 44 ex-jogadores do Sporting na terra de Manuel Fernandes, Sarilhos Pequenos.
28 abril 2024, 23:32
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«A grande figura do título será Rúben Amorim, que tem levado o Sporting às costas. A direção deixou o futebol para o Rúben e foi a melhor coisa que fizeram. Nota-se que ele não está eufórico, porque tem os pés assentes no chão e a realidade é que o Sporting ainda não é campeão», analisou o antigo jogador que comentou ainda uma possível saída do técnico:
«Gostava muito que o Rúben Amorim continuasse e recordo alguns jogadores do Sporting, Benfica ou FC Porto, que diziam que estavam nestes clubes à espera que um grande os visse... Não gosto nada dessa frase, porque a grandeza está a relacionar-se com o dinheiro que se paga. Na perspetiva financeira, Rúben vai ter convites que lhe dão mais segurança, mas por objetivos e títulos, mais um ano ou dois no Sporting era muito bom».