UEFA atenta depois de acusação ao Barcelona no 'Caso Negreira'
Joan Laporta, presidente do Barcelona
Foto: IMAGO

UEFA atenta depois de acusação ao Barcelona no 'Caso Negreira'

INTERNACIONAL29.09.202308:13

Organismo assegurou tomar medidas drásticas caso haja culpabilidade do clube nos tribunais

O caso Negreira voltou à ordem do dia, pois o juiz responsável pela investigação decidiu ontem que Barcelona, os seus anteriores presidentes Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu e ainda o antigo árbitro José María Enríquez Negreira e o seu filho serão constituídos arguidos por corrupção. 

O magistrado acusa o Barcelona de ter subornado Negreira durante 18 anos pagando cerca de 8 milhões de euros, enquanto ele exerceu as funções de vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros. Terá havido subornos que passaram de 70 mil para 700 mil euros anuais e que deixaram de acontecer quando Enrique Negreira abandonou o cargo. Nessa altura, quando o Barcelona decidiu prescindir dos seus serviços, o antigo árbitro enviou ao então presidente do clube uma carta intimidatória na qual, segundo o magistrado, ameaçava que, se não lhe continuassem a pagar, revelaria uma série de factos que poderiam prejudicar gravemente o clube. 

Do ponto de vista desportivo, tudo isto poderá ter sérias consequências para o Barcelona. Quando em julho a UEFA aceitou a sua inscrição na Liga dos Campeões fê-lo condicionado à evolução do caso, assegurando que tomaria medidas drásticas se viesse a demonstrar-se a culpabilidade do clube no uso de dinheiro para influir nas decisões arbitrais. Falta agora saber se a UEFA considera suficiente o facto de o Barcelona ter sido acusado de corrupção para atuar ou se prefere esperar pela sentença final. 

Para o juiz, «o pagamento anual a Enríquez Negreira já é, em si mesmo, um delito de suborno», embora, até agora, não tenham sido encontradas provas de entregas de dinheiro a árbitros para que alterassem o resultado de certos desafios. Considera, igualmente, que se pode presumir que o Barcelona não pagaria a Negreira se este não o beneficiasse, não pela bondade dos relatórios que fazia mas sim pela sua condição de vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros.