Tudo o que disse Vítor Bruno: a força do Aves SAD em casa, o futebol champanhe e Mora
Técnico fez este domingo a antevisão do jogo contra o Aves SAD
- Qual é a sua opinião sobre o Aves SAD, equipa que em casa ainda não perdeu?
- É uma equipa que ainda não perdeu em casa e que, nos últimos três jogos, não sofreu qualquer golo. Isso mostra a fortaleza que construiu. Temos de entrar fortes para competir, numa prova que é prioritária, e encarar o jogo com muita seriedade. É uma equipa organizada, com jogadores perigosos na frente. Temos de estar muito atentos para conseguir diminuir a qualidade dos melhores elementos do Aves SAD e expor algumas fragilidades que possam ter. Ir ao jogo com o que é nosso, competir e regressar com os três pontos.
- Olhando para esta série de jogos e importância destas competições, que gestão é preciso fazer?
- O sentido de responsabilidade é sempre o mesmo. O ciclo é denso, vamos fazer o terceiro jogo. Nesta fase, a questão da gestão não se coloca. Do ponto de vista estratégico, não é determinante. Se o jogo fosse hoje, teríamos de ser mais sensíveis. Apenas olhamos para a dimensão estratégica para tirar o melhor partido do que o adversário nos oferece. Teremos o amanhã para trabalhar mais um ou outro pormenor. Mas sem gestão. Quem sai do banco também pode resolver jogos.
- Sobre o Fábio Vieira disse que precisava de mimo no final do jogo com o Sintrense. Entrou bem com o Hoffenheim, pode aguentar jogar 90 minutos?
- O mimo de que falei não eram minutos, mas sim palavras e atitudes. O Fábio foi fustigado por lesões, e tudo isso, para um jogador com o talento dele, quase o sufoca. O Fábio está a dar passos seguros e é mais uma opção para jogar. Podemos adiantar um médio, podemos jogar com dois avançados. O Fábio dá sinais de estar melhor.
- Faz meio ano que Villas-Boas foi eleito. Que mudanças sentiu no clube e se a equipa, na sua opinião, está estabilizada?
- Já? A estabilidade que quero que a equipa tenha é nos resultados. É ganhando. O resto sai da minha esfera de atuação. Não tenho que me pronunciar, o clube está muito bem entregue. Somos transitórios, se calhar mais eu, sou um mero funcionário. O presidente pode ter outra longevidade. Não quero muito entrar por aí. Passa pela minha atuação. Tudo o que for para agregar, para falar de pontos positivos, contem comigo. Tudo o que for para criar dissonância e ruído, não me levem a mal...
- A referência que fez ao Rodrigo Mora na última conferência foi interpretada como uma crítica ao jogador. Quer aprofundar a questão?
- Prometi a mim mesmo que não tocava mais no assunto. E tinha acabado de falar nele. Interpretaram da forma errada, ponto final. O que quis dizer foi para olharem para a evolução dele desde o Bodo/Glimt e ao jogo do Arouca. Falava de comportamentos sem bola. Quem fizer uma análise percebe do que estou a falar. O próprio Rodrigo Mora percebe o que estou a falar. Porque foi partilhado com ele após o jogo com o Arouca, para ele perceber a diferença desse momento para o outro. Houve muita coisa extrapolada.... A mim incomodou-me porque foi, no fundo, faltar à verdade no que eu quis passar. Num conjunto de comportamentos que eram transversais entre três ou quatro jogadores. Nunca privilegiar um ou outro para criticar outro. Nunca foi essa a minha intenção. Foi apenas para elogiar quatro jogadores pelo comportamento que têm de ter sem bola. E foi apenas isso. Houve quem quisesse passar para outro lado, não sei com que intenção. O esclarecimento que tinha a fazer, fiz com os jogadores no dia a seguir. Ainda bem que ouvem as conferências e percebem qual foi a minha intenção quando falei desse tema. Isso para mim é o mais importante. Quem ouve, quem está comigo no balneário, percebe o porquê, porque isto é falado diariamente com eles no balneário, não me lembrei de chegar aqui e começar a retratar um tema que para mim o mais cómodo era nem tocar nele. Mas eles sabem o que para mim é mais importante. Quem joga, quem vai lá para dentro, saber o porquê de falar de determinado tema aqui. E nunca andar em sentido contrário, nunca o farei.
- Diz que a equipa procura a perfeição. Qual dos processos que considera mais complicados, o defensivo ou atacante?
- Para este jogo, os mais utilizados com o Hoffenheim estiveram uma hora e quarenta no campo. Desde o momento em que acabou o jogo e o de amanhã. Numa hora e quarenta é difícil levar a treino o que sentimos que tem de crescer. Na verdade estamos a falar de um processo de crescimento. Queremos que seja bonito. Muito do que tem ser feito em treino, não é só com análise de vídeo, a falar com os jogadores. Espaço para treinar tem sido pouco. O momento ofensivo falávamos de dados estatísticos, que o FC Porto era a equipa que mais criava. Não era perfeita nessa altura, nem é. Houve momentos em que tivemos muito bem, outros não tão bem, outros melhores. Sei que o Hoffenheim fez um remate na baliza. Queremos sempre melhorar, ser muito agressivos. Se calhar se tivéssemos ido mais para o lado emocional teríamos tido um resultado diferente. Queremos um futebol espetáculo, champanhe, artístico. Eu também gosto, sou muito adepto disso. Mas é preciso entender o momento, ver o que temos, garantir bases sólidas e, a partir daí, tornar o jogo mais rico. Passo a passo vamos lá chegar.
- No final do jogo da Liga Europa, Diogo Costa disse que a equipa esteve muito ansiosa? Encontra razão para isso?
- Se estiver sempre ansiosa e ganhar todos os jogos 2-0, pode dar-me uma folha que eu assino já.