Tudo o que disse Amorim no pós-Famalicão
Declarações do técnico do Sporting na sala de imprensa do Municipal de Famalicão
Rúben Amorim reagiu, na sala de imprensa, ao importante triunfo do Sporting no terreno do Famalicão (1-0), que coloca os leões mais perto do título.
Análise ao jogo e importância desta vitória
«Eu acho que é muito óbvio para todos que viram o jogo que foi um jogo de tensão máxima para nós. Nós queríamos muito, e sabíamos da importância do jogo, controlámos muito bem a primeira parte, eu acho que só complicámos um bocadinho no fim, e fomos nós que demos algumas bolas com ressaltos, bolas para dentro quando a bola tem de ir para fora, depois algumas onde temos a bola e a proteger a bola fazemos uma falta… e queria depois uma falta, um canto, e foi a única maneira do Famalicão chegar à nossa baliza. Nós com algumas oportunidades, uma grande oportunidade do Dani [Bragança]. Depois numa segunda parte um bocadinho diferente, onde foi mais dividido, nós mesmo assim tivemos as melhores oportunidades do jogo, e depois os últimos 10, 15 minutos foi sofrermos todos juntos, e não foram só os jogadores que estiveram em campo, o banco… cada bola que chutámos para frente e para fora e cortámos, acho que cortámos todos ali no banco. Portanto, toda a gente teve plena noção da importância deste jogo, conseguimos. Eu acho que agora estes jogos que vêm aí é que são muito mais importantes, e portanto é seguir em frente.»
7 pontos de vantagem na frente
«Por tudo o que dissemos antes do jogo, não é só aquilo que nos dá e aquilo que tira aos outros… não está feito, não está feito. Ainda faltam 3 vitórias, penso eu, sendo assim, faltam 3 vitórias. Controlámos o jogo bem com a bola, e depois com o desenrolar do jogo, quando está tudo em aberto, nós vamos ficando mais nervosos, com mais medo, até para saltar na pressão. Portanto, isso vai arrastar-se até ao fim, e nós vamos ter de controlar essa ansiedade, jogar, mas o bom é que vamos ter um jogo em casa, e isso vai nos ajudar, porque o público vai ajudar. Agora, obviamente que isto era um momento marcante, porque era um jogo que estava em falta, e nós ao ganharmos este jogo, temos 7 pontos de avanço, e, portanto, diria que nós temos que fazer o nosso trabalho e vencer o título.»
Daniel Bragança
«O Dani tem sido um exemplo para todos, a verdade é que ele aproveitou a lesão para crescer em vários aspetos, e ele voltou, o que é difícil, voltou de um cruzado [lesão] melhor jogador, e, portanto, mérito é quem fez a recuperação dele também, e principalmente ao jogador. Eu acho que ele cresceu fisicamente, eu acho que também aprendeu melhor o jogo, digamos assim, nós também já não metemos ali para um espaço encostado à linha para carregar a bola, nós metemos agora o Dani na posição em que ele deve jogar, ali entre um número 8, o que ajuda muito, portanto, encontramos um espaço perfeito, e a equipa joga de uma forma que se adequa mais às características do Dani, e o Dani só saiu do jogo hoje porque tinha amarelo, e fez duas corridas para trás onde estava a tentar parar as transições, e nós tivemos medo de perder um jogador por um segundo amarelo, e seria muito difícil no resto do jogo.»
Controlo ao longo do jogo
«Em relação ao jogo, quanto a mim, mesmo com mais controlo ou menos controlo, nós fomos sempre a equipa que esteve mais perto do golo, e se nós tivéssemos marcado o segundo golo, acalmávamos, e eu acho que aí poderíamos ter posses mais longas. Com o desenrolar do jogo, não fazemos o segundo golo, vamos tornando tudo mais difícil, cresce aquela ansiedade, temos mais medo de saltar na pressão, não queremos deixar os jogadores um bocadinho um para um, coisa que fizemos na primeira parte, onde estava 3 para 3 atrás, quando fazíamos a pressão alta, e, portanto, complicou-se um bocadinho o jogo, eu acho que devíamos ter resolvido isso mais cedo, mas faz parte também para ganhar títulos, é preciso sofrer, e hoje sofremos bem. Isto tem de ser aos poucos, porque não acaba de um momento para o outro. Não interessa perder dois jogos, basta empatar um, que há aquela situação dos pontos a diminuir, e nós já vivemos isso. Eu acho que nós somos uma equipa mais madura, a própria equipa técnica já está melhor a lidar com esses momentos, mas nós estivemos do outro lado também, e isto é, cada fim de semana sentam-se à frente da televisão, e o jogo acabou, e o Sporting ganhou, e isso é difícil. É difícil depois andar sempre para a frente, eu sei disso, porque nós passámos por isso, portanto, é o que eu digo a eles, para além da vantagem, para além daquilo da onda que queríamos ver, nós vamos matando, pouco a pouco a esperança dos adversários, e isso tem mais importância do que parece.»
Seca de golos de Gyokeres
«Não se passa nada com o Viktor, o Viktor continua a fazer o seu trabalho, simplesmente ele não é uma máquina, ou seja, ele teve um rendimento tão grande, e nesta parte agora não está a fazer tantos golos, também os adversários vão metendo muitos jogadores em cima dele, mas ele em certas fases conseguia, mesmo com 2, 3 jogadores em cima dele, ele conseguia fazer a diferença, e a verdade é que nós somos uma equipa, e quando o Viktor falha um bocadinho, e não nos dá tudo aquilo que nos deu, nós temos que estar lá também para ele, e portanto, é um bocadinho retribuir de toda a época que ele fez, da forma como ele nos ajudou. Agora que ele está numa fase que… não é que esteja mal, está bem, mas não está a marcar, toda a equipa vai aguentando o barco, digamos assim, porque ele de repente pode marcar, e eu apostaria que ele vai marcar um golo no próximo jogo, e portanto, vamos ver.»
Contas do título
«Portanto, isso pode acontecer a qualquer um e nós somos prova disso. Eu simplesmente fico feliz porque nós, num momento tão difícil, construímos isto. Mas isto ainda não acabou e, portanto, matematicamente, não somos campeões. Ainda faltam três vitórias e três vitórias nesta fase parece pouco, mas nesta fase torna-se tudo muito difícil. São 90 minutos de sofrimento. Eu quero realçar o trabalho que eles têm feito por nós e não pela desgraça dos outros. Acho que temos feito um excelente trabalho, mas ainda temos muito a fazer, até pela pontuação que podemos ter no fim. Temos de ter objetivos e o principal objetivo é três vitórias. As duas coisas, até o meu filho me pede as duas coisas, mas o importante é ser campeão. Esse é o que os adeptos querem e é para isso que nós lutamos.»
O papel de Luís Neto
«O Neto é um exemplo para todos. Eu não deixo de ficar o Neto. Mesmo que ele não jogue, eu já o avisei, e é chato para ele. Mesmo que ele não jogue, o Neto tem que andar connosco e ele não anda connosco para fazer grupo. Já jogou, jogou em todas as competições, é muito importante para nós, mas quando temos muitos centrais no banco, eu vou vendo pelas características, pelas posições, quem é que faz no meio, quem é que faz na direita, quem é que é mais rápido, quem é que é menos rápido. O Neto é muito importante para nós, portanto, palavras não chegam para agradecer tudo aquilo que ele tem feito pela equipa.»
Lesão de Geny Catamo
«O Geny sentiu ali uma dor, vamos fazer uma avaliação, parece-me muscular, mas não será nada de grave.»