Além de uma estratégia de carreira, Anatoliy Trubin também tem uma estratégia de comunicação, apostando em mensagens simples, mas permanentes. Num momento em que se discute quem será o dono da baliza do Benfica após o caso Vlachodimos, o ucraniano faz questão de aparecer em modo suave, mas cirúrgico. «Focado no próximo jogo», foi a mensagem, em inglês, que o guardião publicou ontem em formato story no Instagram, cuja fotografia é o próprio a olhar para o horizonte, num treino realizado no Seixal. Palavras que podem ser interpretadas de várias formas, inclusive o óbvio e natural desejo de assumir a propriedade das redes dos encarnados, afinal o grande objetivo que desenhou na mente quando decidiu aceitar a proposta das águias para deixar o Shakhtar e viajar para Portugal, a troco de €10 milhões (mais um milhão de euros em objetivos). O fator línguaÉ através das redes sociais que o internacional pela Ucrânia de 22 anos mostra um pouco do seu dia a dia e foi assim, por exemplo, que foi possível vê-lo a trabalhar no ginásio em dia de folga do plantel após o encontro com o Gil Vicente, e também a aprender português. A vontade assumida de dominar a língua é também uma forma de se diferenciar de Vlachodimos, que nunca falou, publicamente, no idioma luso, preferindo sempre o inglês. O contexto cultural também ajuda: os jogadores de Leste, como é o caso de Trubin, têm uma grande aptidão para aprender as línguas latinas e esse é um fator que joga sempre a favor dos jogadores, até do ponto de vista da opinião pública. O reforço que ainda falta mostrar-se aos benfiquistas parece construir, passo a passo, o caminho para um destino traçado.
