Tozé Marreco aponta aos valores individuais do Benfica, como a principal causa da derrota (1-3) do Farense, nos oitavos de final da Taça de Portugal. O treinador dos algarvios assumiu ainda que a taça era «um extra» para a sua equipa, com o foco direcionado à manutenção na Liga. E justificou a titularidade de Tomás Ribeiro, que chegou na sexta-feira, proveniente do Vitória de Guimarães. - Na 1.ª parte o Farense deu a sensação de ter o jogo controlado, o que aconteceu depois? «A parte individual claramente que faz a diferença. Contra equipas tão fortes, ao mínimo erro paga-se. E foi o que aconteceu. Controlámos muito o que era a construção a três do Benfica, com o [Leandro] Barreiro no corredor em vez do Kokçü, o ‘três mais um’ com o Florentino a fixar, o jogo entrelinhas do Di María, o jogo de corredores com o Bah por fora e o Aursnes a ‘rasgar’. Tínhamos as coisas bem planeadas e anulámos muito bem. Depois, na segunda parte, o primeiro golo acontece com adversários deste género, mas o segundo momento não pode acontecer. Desorganizámo-nos, quisemos sair a pressionar sem ter condições para isso – o momento de pressão não era aquele –, hesitámos e depois variação de centro de jogo, receção perfeita e o golo do 2-1. Aí abanámos e só após o 3-1 é que reagimos mais e tivemos ali uma ou outra situação em que podíamos ter feito melhor, principalmente a do Jaiminho [Jaime Pinto]. O fator principal, não tenho dúvidas, foram esses momentos individuais que não conseguimos controlar.» - Quando está 1-0 o Farense teve uma ou duas situações em que podia ter marcado…«É, claramente. Tivemos a lesão do [Ângelo] Neto, depois temos estas situações. Até sofrermos o primeiro golo não posso dizer que estávamos a ser empurrados para trás. Não estava a acontecer isso. A equipa estava equilibrada, estava organizada, o Benfica estava com dificuldades. Mas uma bola que entra nas ‘costas’ do [Cláudio] Falcão é resolvida no ‘um para dois’ do jogador do Benfica. A taça era um extra que nós tínhamos e que meritoriamente chegámos aqui, mas o mais importante de tudo é manter o Farense na Liga. Não trocava nenhuma Taça de Portugal por manter o Farense na Liga, esse é o nosso campeonato, o nosso foco. Temos de definir melhor no futuro, e vamos com certeza. Temos pecado em alguns momentos na definição e algumas vezes em superioridade não temos sido tão competentes.» - Além da derrota, o Farense perde mais dois jogadores por lesão…«É o que é, temos de achar soluções, esperar e ver o que é que se passou, ver que lesões são ao certo, isso sim, é a parte que mais me preocupa, porque esta taça era um extra que nós tínhamos e que meritoriamente chegámos aqui. O mais importante de tudo é manter o Farense na Liga. Não trocava nenhuma Taça de Portugal por manter o Farense na Liga. Esse é o nosso campeonato, é o nosso foco, agora perceber o que é que se passou. Sabemos da importância do Neto no nosso jogo, não há dúvida sobre isso. O Seruca depois entrou e bem e sai também lesionado. As opções para o meio-campo já não são muitas em termos de número, mas vamos achar soluções. No início chegámos a ter nove lesionados, ter dois ou três já não me assusta.» - Tomás Ribeiro foi titular com tão poucos dias de trabalho. Porquê? «O Artur [Jorge] desde o jogo com o Vitória [Guimarães] que não treina, o Lucas [Áfrico] está lesionado. Portanto, como eu ainda não posso pôr o [Ricardo] Velho a central, tenho de pôr o Tomás [Ribeiro]. Está por aí um bocadinho. Chegou bem, é top, em forma, e deu uma boa resposta. Não tínhamos muito mais alternativas. O Artur [Jorge] foi por uma questão de recurso que ele estava no banco hoje, se fosse preciso para 5, 10 ou 15 minutos, porque pura e simplesmente não treina há duas semanas. E o Lucas [Áfrico] também não estava em condições, já fez o jogo em esforço no Santa Clara. Temos de andar a gerir, porque é o que eu digo, o nosso foco é o campeonato, mas o Tomás [Ribeiro] deu uma boa resposta.»