Daniel Podence ainda não jogou qualquer minuto com a camisola do AL Shabab. Chegou lesionado ao clube de Riade e é nesse processo de recuperação que se encontra, determinado em justificar a aposta de Vítor Pereira na contratação. Em entrevista a A BOLA e ao Maisfutebol o avançado garante que quer fazer história no futebol saudita. A polémica saída do Sporting também foi tema desta conversa Daniel Podence obrigada por nos receberes aqui na tua casa em Riiade. Quais são as primeiras sensações destes dias por cá?São sensações muito boas. Um clube com muito boas condições e uma cidade incrível, com muito potencial e que está a crescer muito. A equipa técnica é muito boa, trabalha muito bem. Sinceramente não estava à espera de tudo isto e por isso as primeiras impressões são muito boas. Porque é que tomaste a decisão de vir para a Arábia aos 28 anos? Já o ano passado o Rúben Neves tomou uma decisão igual, tão jovem, e agora foste tu. Porquê?Acho que, dentro de todas as opções que tinha e pelo que eu fiz no ano passado, estar a ganhar uma competição europeia era uma coisa que, sem querer, eu procurava. E, depois de a conseguir, sinto que já não havia muito a fazer na Europa, na medida em que eu já tinha estado há algum tempo na Premier League e já tinha experienciado muita coisa. Vir para a Arábia Saudita neste momento, com o crescimento que se está a ter, senti que era um passo muito bom para a minha carreira. Tinha o Wolverhampton mas que sinto que não era um projeto que se adeque a mim neste momento. Este era um passo muito importante. Gosto de desafios, senti que este era um desafio muito grande para mim e tive de aceitar. Gostas de ir para sítios que sejam mais difíceis de perceber o que vais encontrar?Gosto de desafios na medida em que não sei mesmo o que estou à espera, e onde tenha de dar muito mais de mim, para que se tenha de falar do meu nome. Acho que neste momento se eu estiver bem aqui vai ser mais um passo na minha carreira a nível profissional, e familiar, muito bom. Lá está, como falei, em Inglaterra acho que estive bem e consegui crescer, enquanto profissional, enquanto pessoa e na Grécia igualmente. Por isso acho que este era um passo a dar por tudo o que envolve a Arábia Saudita. Há uns 28 anos, quais é que são os sonhos que ainda tens no futebol? Muitos ainda! Ser campeão europeu da Liga Conferência o ano passado, já mexeu muito o ego, mas aqui na Arábia Saudita tenho o sonho de ser o melhor jogador do campeonato. Sei que há muita qualidade, mas sei que também tenho uma equipa muito boa, que eu posso ajudar e que me pode ajudar. Esse é o meu sonho atualmente, e viver feliz aqui. E depois deste contrato de três anos? Na altura vais ter 31 anos.O futebol dá muitas voltas e nunca, mas diria que é muito difícil voltar ao Portugal. O meu desejo atualmente é andar cá por fora e como o futebol melhor da Arábia Saudita vai crescer muito é onde eu quero passar nos próximos anos. A ideia é o Cris [Cristiano Ronaldo] ser o melhor marcador e eu ser o melhor jogador. Ficamos os dois contentes Dizias que querias ser o melhor jogador da Arábia Saudita. Os planos é o Cristiano Ronaldo ser a figura e tu o melhor jogador és tu? É isso?(Risos) A ideia é ele ser o melhor marcador e eu ser o melhor jogador. Acho que é por aí. Fica assim os planos. Estamos dois contentes (Risos) Achas que é possível o Al Shabab ser campeão com a concorrência que tem no futebol saudita?Acho que a probabilidade é maior do que o Olympiakos ter sido campeão europeu. E o Moreirense ter sido vencedor da Taça da Liga. Por isso, eu procuro desafios e não vindo com essa ideia fixa de o Al Shabab ser campeão, pode muito bem acontecer o Al Shabab ganhar algum título, o campeonato ou a taça, porque a equipa está muito bem montada, a equipa técnica muito trabalhadora e com qualidade. Vim para um clube que pode não ser o principal candidato ao título, nem pouco mais ou menos, mas se fizer uma gracinha as pessoas vão ficar muito surpreendidas, mas, nós estamos cá para isso mesmo.
