Francisco Calisto foi um dos treinadores mais jovens, senão o mais jovem, a trabalhar nas principais competições nacionais - com apenas 27 anos - e sem hesitar no momento de assumir os sub-23 do Estrela da Amadora. «Esta foi a minha segunda época no clube, na época anterior estava nos sub-21. Estava na equipa B, deram-me a oportunidade e correu bem», assume o jovem técnico, que conduziu o Estrela a um surpreendente título na temporada de 2022/23. Como corolário do trabalho realizado, o Estrela venceu a Liga Revelação na sua época de estreia. Um sucesso que não foi imediato, antes foi sendo construído. «Percebemos a forma como queríamos jogar, os jogadores também. Depois, chegando à fase de apuramento do campeão, assumimos a ideia de que ‘entre as equipas que aqui estão, somos das mais fortes, merecemos aqui estar e foi com trabalho que aqui chegámos’», conta Francisco Calisto a A BOLA. O treinador não esconde o entusiasmo após uma época de sonho. «Foi o ponto mais alto da minha carreira desportiva, o melhor grupo com o qual trabalhei. Foi incrível o que fizemos, o estado anímico em que estávamos no ‘dia zero’ ou no ‘dia um’, quando chegámos, e, quando saímos, o grupo que se formou», caracterizou o treinador, que apesar de uma época de sucesso - com a conquista da Liga Revelação e a presença na meia-final da Taça Revelação - deixa o clube. Francisco Calisto terminou contrato e apesar de ter sido chamado a renovar, explica o porquê da sua saída. «Tive a conversa ainda antes de disputar a Taça, no ‘pós-título’. Após vencermos o campeonato, disse que, fazendo o impossível, queria sair por cima, pela porta grande, e perceberam. Foi uma saída limpa», assinala o técnico, de 28 anos, que, após a época bem-sucedida no Estrela, revela ter tido abordagens, mas sem nenhum acordo em vista. «Já tive alguns convites, mas nada que fosse, ou que seja, aquilo que queria e quero. Vai ser dentro disso. Fechado, nada está. As abordagens continuam e declinei alguns convites», revela, tranquilo.