Javier Tebas, presidente da La Liga espanhola, foi um dos oradores deste sábado, terceiro e último dia do Thinking Football Summit 2023, no Porto. «Consolidar o controlo económico é a chave de qualquer competição, tal como a centralização dos direitos audiovisuais, que nos permite unificar a marca e lutar contra a pirataria», começou por colocar em perspetiva o dirigente espanhol. A centralização dos direitos audiovisuais é, acredita, ponto de partida para alavancar o produto-futebol: «A exploração comercial, os patrocínios e apoiar os clubes é fundamental, sobretudo para investimentos em infraestruturas, promovendo igualmente um incremento no desenvolvimento tecnológico da competição. Temos mais de 200 milhões de seguidores nas redes sociais, sendo que nas plataformas digitais é necessário segmentar para adaptar as estratégias aos diferentes públicos-alvo.» «Muitos clubes vão agradecer, mas terão de decidir a melhor divisão, porque será sempre um foco de tensão» Portanto, Tebas não tem dúvidas sobre o caminho que Portugal deve seguir: «A centralização dos direitos audiovisuais terá de acontecer até à época 2027/2028. Muitos clubes vão agradecer, mas terão de decidir a melhor divisão, porque será sempre um foco de tensão. É necessário implementar uma estratégia para, se possível, antecipar a sua implementação na Liga portuguesa. Ainda existem alguns temas por resolver, mas é importante começar o quanto antes para valorizar ainda mais o produto e para o bem do Futebol Profissional em Portugal […] Com a centralização dos direitos audiovisuais, surgirão novas operadoras e novas plataformas, como as OTT’s, que irão contribuir para o seu desenvolvimento e, por inerência, ajudar os clubes financeiramente.» «Temos 18 clubes e todos tiveram de fazer um trabalho de modernização» Javier Tebas recordou, ainda, ações que desenvolveu em Espanha para melhorar a La Liga: «Temos 18 clubes e todos tiveram de fazer um trabalho de modernização para terem câmaras nos balneários, proporcionar entrevistas dos jogadores ao intervalo ou outros conteúdos atrativos para o público. Temos de nos reinventar para agradar às pessoas, dar-lhes conteúdos que nunca viram e fazer com que o adepto possa estar mais próximo do seu clube.»