Sporting: tudo o que disse Rúben Amorim

Treinador leonino fez a antevisão do jogo com o Arouca, revelou os regressos de Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves. Equipa confiante e com menos fadiga por ter mais tempo de recuperação, garante

- Como está a equipa fisicamente, Pedro Gonçalves e Gonçalo Inácio estão aptos?

- Pote e Inácio vão ser convocados. Recuperaram e já treinaram connosco. O Inácio teve uma lesão, o Pote teve mesmo que parar, mas não tinha uma lesão propriamente dita.

- Gonçalo Inácio esteve fora algum tempo, dá-lhe garantias para poder ser titular com o Arouca?

- O Inácio vamos ver amanhã [domingo]. Parece que foram semanas, mas foi em relação aos jogos. Vai fazer duas semanas agora e já se está a treinar. Vamos ver amanhã [domingo] quem vai ser o titular. Teve uma pequena lesão, é algo diferente do Pote.

- O que espera do encontro deste domingo?

- Sabemos o que vamos encontrar. O Arouca é uma equipa que está a fazer um grande campeonato, principalmente desde que o Daniel [Sousa] entrou. É uma equipa com muito bons jogadores, muito corajosos, e isso também revela a capacidade do treinador. É uma das melhores equipas em Portugal a definir nas transições. O primeiro toque dos três jogadores da frente e ainda o David Simão. Equipa muito perigosa e que vive um grande momento. Mas estamos preparados! Juntando isso ao facto de termos mais um dia de recuperação, acho que vamos estar num patamar superior. Se não estivermos não é pela falta de preparação. O Arouca é muito inteligente com bola e temos de perceber o que o jogo nos vai dizendo para ganhar.

- Podemos esperar menos mudanças? Há algum jogador que merece cuidados especiais, como Gyokeres?

- Temos de ganhar os jogos todos e não o conseguimos fazer com jogadores a 50 ou 60 por cento. Vamos entrar sem qualquer tipo de poupança. Com a gestão que temos feito nos últimos jogos, temos a obrigação de vencer. Sabemos da qualidade do Arouca, vamos jogar no máximo das nossas forças e só este jogo interessa. Os melhores vão estar em campo.

- Avançados do Arouca, Jason, Mújica e Cristo González, requerem cuidados especiais? Preparou a equipa tendo em conta esse dinâmica ofensiva arouquense?

- Fazemos sempre a preparação também muito tendo em conta o adversário. Somos uma equipa grande e queremos jogar o nosso jogo, mas temos muita atenção às características do adversário. Mas também acho injusto não falar do Sylla, que se calhar não tem a mesma elegância no primeiro toque mas é muito importante. Também a forma como o David Simão coloca a bola e a forma como os outros jogadores se relacionam... Esses três da frente são muito bons, perfeitos na temporização do último passe, e nós falámos nas nossas dinâmicas ofensivas mas vimos também que movimentos eles têm quando têm a bola… Olhámos muito para o Arouca.

- Nestes últimos jogos a fadiga notada foi mais pela falta de mais um dia de recuperação ou foi cansaço acumulado?

- É o acumular dos jogos. ter dois ou três dias de recuperação faz toda a diferença… Quando temos duas sequências com dois dias entre jogos é impossível manter o mesmo ritmo, mesmo com a rotação que fizemos. Não há tempo para treinar, recuperar e a cabeça também comanda. Não conseguir desligar pelo menos um dia torna as coisas mais complicadas. Sobrevivemos, estamos bem em todas as competições e isto [folga na quinta-feira] até pareceu miniférias. Os jogadores assimilam mais a informação e vamos estar melhor fisicamente.

- A fadiga pode ter um efeito de desresponsabilização nos jogadores? Com o Rio Ave falou-se muito do estado do relvado...

- Primeiro, temos sempre que ganhar. Isso não é utilizado como desculpa. No Rio Ave dissemos que eles estiveram mais ao nível do Rio Ave do que nós ao nível do Sporting. Sinto que os jogadores querem correr muito mas às vezes não conseguem. Mas da mesma maneira que falámos disso nessa sequência, agora digo que com mais um dia de recuperação penso que vamos estar melhor. Nunca justificámos nada com árbitros, nem com calendários. Simplesmente fazemos uma observação. Temos que ganhar o jogo e isso não será desculpa. Sabemos o que vamos encontrar, sabemos da sequência que tivemos mas vamos estar preparados e ser fortes de certeza!

- Koba Koindredi foi titular com a Atalanta: vai merecer novo voto de confiança agora?

- É preciso ver que o jogo é, se de duelos, se precisa de um médio mais fixo ou mais dinâmico… O Koba está convocado, é mais uma opção. Ainda tem muito para crescer. Gostei do jogo dele mas sei que o nível dele tem que crescer para estar ao nível dos outros três, que têm muito tempo de trabalho aqui. Logo veremos quem vão ser os dois do meio-campo.

- O jogo com o Arouca pode ser chave para o título?

- Também senti isso com o Chaves, depois com o Rio Ave, depois com o Moreirense... Já não consigo dizer o que é decisivo. Senti que não podíamos perder com o Farense e aqui sinto o mesmo. Já não digo nada, todos os jogos são decisivos e eu sinto que este é mais um e é muito importante vencermos.

- Arouca para o campeonato, Atalanta para a Liga Europa… Seria capaz de abdicar da Europa?

- Não abdicamos de nada! Se houver uma duvidazinha, vamos sempre para o campeonato. Já tivemos uma sequência mais difícil e o jogo da Atalanta não existe para nós. Este [Arouca] é o mais importante que temos, por ser a nossa grande prioridade, mas não abdicamos de nada, nem da Taça de Portugal nem da Liga Europa! Não pensei sequer um minuto em relação a quem pode jogar aqui ou ali. Já o fiz no passado, desta vez não. Vão jogar os jogadores que acharmos que serão os melhores para o jogo com o Arouca.

- O jogo adiada com o Famalicão: preferia já o ter jogado ou é melhor ter esta bomba de oxigénio?

- Depende do lado que queiramos ver. Bom, bom era ter jogado e ter ganho, aí assinava já! Se tivesse empatado ou perdido, queria o jogo extra. A melhor maneira de não pensar tanto nesse jogo é pensar que ele não existe. O que interessa é a classificação. Temos de ganhar o nosso jogo para manter o 1.º lugar. Não sabemos o resultado do jogo com o Famalicão, por isso esse jogo não existe.