Uma semana e meia de trabalho em Alvalade, novos métodos, novas ideias, muita exigência e intensidade nos treinos. Rui Borges aperta com os jogadores e eles gostam, reconhecem a capacidade do novo treinador e sentem-se confortáveis com o nível de exigência e esforço pedido. São estas as principais notas dos primeiros dias de trabalho do técnico que trocou o V. Guimarães pelo Sporting no dia 26 de dezembro. Foram dois jogos, uma vitória e um empate recente e nos discursos pós Guimarães e antes do FC Porto, Rui Borges não foi tão duro como é intenso nos treinos mas pediu máxima exigência. Ninguém pode relaxar! Nunca! Os treinos de Borges são muito intensos. É essa a principal nota dos primeiros 11 dias do treinador de 43 anos e é isso também que mais tem agradado aos jogadores, que se sentiam órfãos depois da perda de Amorim para o Man. United após quase cinco anos de cumplicidade. Rui Borges tem uma máxima que já está inscrita nos balneários da Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, e no Estádio José Alvalade, em Lisboa: agressividade, intensidade, competitividade. É com este lema que o treinador transmontano, natural de Mirandela, incentiva os jogadores, que já assimilam a sua forma de trabalhar e de forma recetiva, muito positiva. Já foi com esse lema que os leões enfrentaram o Benfica, no dérbi de Alvalade e que venceram por 1-0, golo de Geny Catamo. Tinham apenas três treinos com o novo treinador mas isso não impediu mudança de sistema, do já confortável 3x4x3 de Amorim (e também João Pereira) para um 4x4x2 que se transforma num 4x3x3 a atacar, que os jogadores abraçaram e estão prontos para trabalhar. E é de trabalho que mais Rui Borges tem falado ao grupo. Depois da vitória moralizadora no dérbi, empate dececionante (4-4) em Guimarães, mais ainda porque desperdiçada vantagem de 3-1. No horizonte já as meias-finais da Taça da Liga, com o FC Porto — amanhã às 19h45 no Municipal de Leiria — e o discurso no centro de treinos dos leões tem sido de confiança. Borges é duro nos treinos, foi menos nas palavras pós Guimarães, preferindo passar confiança mas, naturalmente, pedindo muita exigência. Mas outra mensagem passou o treinador: que a equipa tem de estar ciente de que há muito trabalho pela frente. Qualidade todos têm, não são campeões nacionais por acaso e também não era por acaso que estavam a ser equipa demolidora até à saída de Amorim. Há, no entanto, agora muito a trabalhar e melhorar, até pela mudança de desenho tático com novas dinâmicas. Mas neste processo outro aspeto que muito está a gradar aos jogadores: a linguagem clara que Rui Borges usa. Todos o entendem.