12 janeiro 2024, 13:01
Amorim sobre o contrato: «Se sair não quero que me paguem nada. Palavra de honra»
Treinador do Sporting voltou a abordar cláusula contratual, que diz ser «pesada»
Perguntou-se ao treinador se mantinha a ideia de nada receber se a SAD dispensasse agora os seus serviços; disse que sim, que isso até está previsto no contrato, e A BOLA fez as contas
O cenário é hipotético e até bem distante da realidade leonina de 2023/2024, mas Rúben Amorim, confrontado com a comparação relativamente à época passada, que por alturas de janeiro era sombria, não se escondeu e garantiu que se por algum motivo o Sporting entendesse que deveria sair não teria de lhe pagar o que falta do contrato. Contas feitas, o treinador leonino abdicaria de qualquer coisa na ordem dos 7 milhões de euros.
— Há um ano disse que se o Sporting quisesse que saísse não queria que lhe pagasse o contrato até ao fim. Já fez a comparação em relação ao ano passado?
— Se o clube não quiser contar comigo no futuro não terá de pagar mais nada. Palavra de honra. Está estipulado uma coisa parecida no contrato. É uma coisa que me liberta bastante, mas não penso nisso. O que posso dizer é que tenho uma relação tão boa com o Sporting que no dia em que não quiserem que eu continue não terão de pagar nada, até porque é algo pesado no contrato.
12 janeiro 2024, 13:01
Treinador do Sporting voltou a abordar cláusula contratual, que diz ser «pesada»
Foi esta a resposta de Amorim à pergunta em concreto colocada na conferência de imprensa de antevisão do jogo da 17.ª jornada, em Chaves. O técnico leonino revelou então um pormenor que vem no contrato e que permite a saída sem indemnização — cenário, nunca é de mais destacar, que esta época está muito longe de poder tornar-se realidade, tal o excelente desempenho da equipa, que lidera o campeonato e mantém-se viva na Taça da Liga (joga a final four este mês), na Taça de Portugal e na Liga Europa.
Mas façamos então as contas. Afinal, de quanto abdicaria Amorim se a administração leonina resolvesse dispensar agora os seus serviços? O treinador dos verdes e brancos assinou pela primeira vez contrato com o emblema de Alvalade em março de 2020. Em novembro de 2022 renovou pela segunda vez, prolongando o vínculo de 2024 para 2026, data que se mantém como válida. Na altura da renovação, o vencimento do técnico era de 2,5 milhões de euros limpos por ano, acabou por subir mas não de forma significativa. Façamos as contas pelos 2,5 milhões anuais: faltam dois anos e meio até ao final da temporada 2025/2026, 6,25 milhões que teria de receber — como com a renovação de 2022 acabou por ver o vencimento subir, contas finais, Amorim abdicaria de cerca de 7 milhões de euros (com impostos, a SAD deixaria de pagar o dobro, 14 milhões) a que terá direito se cumprir o contrato até ao fim — como desejam os sportinguistas mas como sabem que pode ser difícil, não por culpa de uma chicotada psicológica mas porque a manter a equipa a jogar assim e a ganhar títulos há muitos tubarões famintos a querer levá-lo, sempre com os verdes e brancos a serem indemnizados e a cláusula de rescisão do treinador é de 30 milhões de euros.
Rúben Amorim, recorde-se, foi contratado ao SCBraga em março de 2020, com a administração de Frederico Varandas a fazer um all-in de 10 milhões de euros, o valor da cláusula de rescisão. Uma aposta vencedora.