Sporting: metade dos golos sofridos na Liga são de bola parada

Dois de penálti, um na sequência de pontapé de canto e cinco através de livres; Adán foi quem esteve sempre na baliza nesses lances; Mattheus Oliveira (Farense) marcou por duas vezes num só jogo

Há um dado estatístico que, decerto, Rúben Amorim tem nos seus apontamentos como um dos aspetos a melhorar, com carimbo de prioridade: metade dos golos que os leões já sofreram no campeonato resultaram de lances de bola parada.   

No futebol moderno, e com as organizações defensivas cada vez mais trabalhadas por parte das equipas técnicas, um golo de livre, canto ou grande penalidade é, regularmente, a maneira de desbloquear um jogo. E se é verdade que o Sporting já marcou na sequência de bolas paradas, com Amorim a ter admitido que copiou o método de Sérgio Conceição ao treinar este tipo de lances no período de aquecimento dos jogos, estamos a falar do ponto de vista ofensivo, o mesmo sucesso não se pode falar no capítulo defensivo. 

Mas, vamos a factos. Nas 15 jornadas já cumpridas na Liga, o Sporting soma 16 golos sofridos, oito dos quais na sequência de lances de bola parada. 

O primeiro foi no empate com o SC Braga (1-1), na 4.ª ronda, com Álvaro Djaló a marcar aos 78 minutos, através de um livre direto descaído na direita do ataque; depois, na 7.ª, em casa do Farense, num jogo em que os verde e brancos suaram para vencer (3-2), o brasileiro Mattheus Oliveira, que já jogou de leão ao peito, marcou por duas vezes de livre: aos 37’, descaído na esquerda, e aos 55’, em zona frontal; na 10.ª registo de um penálti cobrado com sucesso por Léo Jabá (50’) num jogo em que o Sporting venceu o E. Amadora (3-2).

Na 11.ª, na Luz, naquela que foi a primeira dos leões na Liga, frente ao Benfica (1-2), João Neves, aos 90+4’, igualou o marcador na sequência de um pontapé de canto, na direita, cobrado por Di María; na jornada seguinte, na receção ao Gil Vicente (3-1), novo golo sofrido de bola parada, desta feita num livre, aos 34’, cobrado por Murilo, com Rúben Fernandes a cabecear com sucesso para o fundo das redes; na 13.ª ronda, na segunda derrota no campeonato, em casa do V. Guimarães (2-3), Tiago Silva (45+5’), assinou o primeiro para os vimaranenses através da cobrança de uma grande penalidade e, na última jornada, em Portimão, Filipe Relvas (69’), também de cabeça, respondeu da melhor forma a um livre cobrado por Gonçalo Costa.  

Na baliza esteve sempre Adán, não que aqui se esteja a atribuir culpas ao guardião espanhol, apenas a constatar-se um facto. Até porque o outro guardião, Franco Israel, também já sofreu de bola parada. Aliás, acrescente-se que o Sporting também sofreu golos assim na Liga Europa, frente aos polacos do Raków, de livre, e na Taça de Portugal, diante do Ol. Moscavide, de penálti, com o uruguaio entre os postes. 

Pequenos (grandes) detalhes

São cada vez mais as horas dispensadas para trabalhar todas as situações de jogo e, como já aqui se referiu, as bolas paradas tornaram-se cruciais, tanto a nível ofensivo como defensivo. Sendo que há pequenos (grandes) detalhes que podem fazer a diferença, como por exemplo como fazer a marcação; homem a homem, à zona ou mista; quem marca mais nos cabeceamentos, os jogadores com baixa estatura, as saídas do guarda-redes, entre outros. Além do poder aéreo dentro da área que podem ajudar muito. 

Nesse capítulo, Coates é a referência face à sua estatura (1,96 m), o mais alto dos defesas leoninos: Gonçalo Inácio tem 1,85, Diomande, 1,90, Matheus Reis, 1,86, St. Juste, 1,86 e Neto, com 1,85.