Elevado ritmo 1. A equipa do Sporting sofreu algumas alterações estruturais devido às competições continentais durante o período de Janeiro. Diamonde e Coates ausentes, permitiram a continuidade de Eduardo Quaresma e Matheus Reis no setor defensivo, com Gonçalo Inácio ao centro, a promover uma circulação de bola mais fluída, na qual, foi possível observar uma maior frequência de passes interiores, provocando o caos do bloco defensivo estorilista, quebrando as linhas de pressão proximais à bola. Bragança como criativo, demorou a entrar no jogo, um jogador com potencial, ainda que escondido, face às constantes lesões e paragens competitivas. Nos primeiros quinze minutos, o Estoril foi irreconhecível, com dificuldades na manutenção da posse de bola, e subsequentemente, no controlo da intensidade colocada pelos leões. Após o golo inicial de Edwards, os estorilistas aperfeiçoaram a tomada de decisão na etapa de construção, o que possibilitou em certos momentos, sequências ofensivas rápidas com variação do centro de jogo, apenas com a última linha defensiva do Sporting presente na zona proximal à bola. Vantagem 2. A vantagem do Sporting ao intervalo foi justa e merecida, não só pelas oportunidades de golo criadas como também pelo entendimento e compreensão dos momentos de jogo, situações complexas e específicas, nas quais, prevaleceu a qualidade decisional. O Estoril para combater, a superioridade no domínio das ações de jogo do Sporting, estabeleceu uma organização defensive compacta, principalmente dentro da grande área, com um elevado número de jogadores (5 a 7). A disposição no terreno de jogo, nestas situações momentâneas é discutível, pois cada treinador seleciona a disposição e respetivas estratégias de intervenção, para isto é ncessário conhecer a informação disponibilizada, quer na experiência competitiva quern a comunidade científica – dados validados – por exemplo, posicionamento da linha defensiva quando existe cruzamento dentro da grande área Transições3.Em termos comparativos, a grande diferença nas transições, em geral, foi a tomada de decisão nos momentos críticos, entenda-se nas proximidades à baliza adversária. Quer seja a atacar ou defender, o Sporting obteve sempre maior rendimento. Um dos exemplos mais notórios foi o nervosismo do ataque estorilista, com Guitane a não expresser todo o seu potencial quando interveio no último terço ofensivo – e o Estoril precisava de um setor ofensivo capaz de vencer os duelos individuais. Conclusões 4. Um dos duelos mais interessantes foi entre Pedro Álvaro e Gyokeres. Contudo, a capacidade física não pode ser um foco, mas sim a inteligência emocional em todo o jogo. Sempre que o Sporting teve espaço na profundidade para transitar rápido, o Estoril foi ineficaz, não só pelo seu posicionamento como também pelos erros individuais cometidos. O resultado poderia ter sido histórico, e por vezes, este pragmatismo acontece, mesmo contra equipas que apresentam um bom nível de qualidade de jogo.