Sporting e Ol. Moscavide unidos no crescimento de jogadores

Miguel Veloso, Carlos Saleiro, André Marques, Pereirinha e Fábio Paim foram emprestados pelos leões; memórias de quase duas décadas contadas na primeira pessoa

No sábado rivais, outrora aliados. Sporting e Olivais e Moscavide são clubes cuja relação sempre foi de cordialidade e até de parceria.

Recuemos no tempo, quase duas décadas. Altura em que no Sporting despontava fornada de jovens que se sagraram campeões de juniores, sob o comando técnico de Paulo Bento (2004/2005), que almejavam chegar à equipa principal. Eram-lhe reconhecidas qualidades para dar o salto, mas precisavam de rodagem. Nesse sentido, Sporting e Olivais tinham um protocolo de cedência de jogadores e foram vários os que passaram da 2.ª Circular para Moscavide, onde,  integrados nos seniores (entre 2005 e 2007), tiveram oportunidades para ganhar ritmo competitivo. 

Ao fim e ao cabo, Sporting e Olivais e Moscavide estavam unidos no crescimento de jogadores que viriam a destacar-se, regressando à casa mãe e construindo até carreiras internacionais. No caso de Miguel Veloso até se tratou de uma mudança de posição. No Sporting era defesa-central, internacional em todas as categorias jovens, campeão Europeu de sub-17, em 2003, e foi no Ol. Moscavide, sob o comando técnico de Rui Dias, em 2025/2006, na antiga 2.ª Divisão B – viria a sagrar-se campeão – que começou a jogar a médio, posição que, desde então, não mais largou.

Foram seis meses muito positivos para mim. Encarei como uma aposta de confiança do clube, cresci e tive oportunidade de, depois, integrar o plantel principal

Recordar é viver 

Contamos agora, na primeira pessoa, as memórias de quem, na altura, achava um passo atrás ser cedido pelo Sporting, mas, que, apesar da tenra idade, perceberam o porquê da decisão: crescimento!

«Foram seis meses muito positivos para mim. Encarei como uma aposta de confiança do clube, cresci e tive oportunidade de, depois, integrar o plantel principal. Encontrei no Olivais colegas do Sporting e a integração foi mais fácil. Quanto ao jogo, os jogadores do Olivais o vão encará-lo como o jogo de uma vida, mas por muito carinho que tenha ao Olivais, estou a torcer pela vitória do Sporting», realçou Bruno Pereirinha.

Confesso que, na altura, a mudança para o Olivais não foi algo de que estivesse à espera

Mais dificuldades para encarar a cedência teve Carlos Saleiro, na altura a regressar de uma lesão que o levou a ser operado duas vezes: «Confesso que, na altura, a mudança para o Olivais não foi algo de que estivesse à espera. Estava habituado a ter tudo do bom e do melhor na Academia e em Moscavide a realidade era outra. Mas, a adaptação foi boa e retirei dessa experiência muitas coisas positivas que foram importantes para a minha formação.» 

Em relação ao jogo de sábado, Saleiro deixa um alerta: «Pode ser um jogo perigoso para o Sporting, tem de o encarar como se fosse de topo para não ser surpreendido.» 

Percebi que era para ganhar experiência, passei a olhar as coisas de outra maneira, fui bem sucedido e voltei ao Sporting

André Marques também tem boas recordações dessa etapa da sua carreira: «Passados estes anos reconheço que, na altura, na minha cabeça, o empréstimo não era um objetivo. Mas, depois, percebi que era para ganhar experiência, passei a olhar as coisas de outra maneira, fui bem sucedido e voltei ao Sporting. O jogo da taça vai ser intenso e se fosse em Moscavide o Sporting ia passar um mau bocado.»