Costuma dizer-se que o Sporting é uma espécie de cemitério de treinadores. E é. Nos últimos 50 anos o clube trocou de técnico nada menos de 65 vezes. Em média, cada um aguentou-se cerca de 280 dias: 10 meses. Muito pouco. Apenas oito realizaram, pelo menos, 60 jogos consecutivos: Ruben Amorim, Paulo Bento, Jorge Jesus, Carlos Queiroz, Laszlo Boloni, Manuel José, Marinho Peres e José Peseiro. Diversos treinadores foram contratados pelo Sporting depois de terem sido campeões nacionais noutros clubes. O chileno Fernando Riera (1962/1963, 1966/1967 e 1967/1968), o inglês Jimmy Hagan (1970/1971, 1971/1972 e 1972/1973, o sérvio Milorad Pavic (1974/1975) e o português Jorge Jesus (2009/2010, 2013/2014 e 2014/2015) foram-no no Benfica e não o repetiram no Sporting. Tal como os portugueses Fernando Santos (1998/1999) e Jesualdo Ferreira (2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009) no FC Porto e depois no Sporting. Os leões apostaram muito em antigo jogadores. Mário Lino, Osvaldo Silva, Juca, Fernando Mendes, António Oliveira, Mário ‘Marinho’ Mateus, Pedro Gomes, Vítor Damas, Carlos Manuel, Augusto Inácio, Manuel Fernandes, Paulo Bento, Sá Pinto, Oceano Cruz, Jorge Jesus e, por fim, João Pereira. Só Mário Lino, Fernando Mendes e Augusto Inácio foram, como se sabe, campeões nacionais. Desde 1974, foram poucos os que iniciaram e concluíram uma mesma época. Apenas 17: Juca, Jimmy Hagan, Milorad Pavic, Malcolm Allison, Manuel José, Marinho Peres, Bobby Robson, Carlos Queiroz, Mirko Jozic, Laszlo Boloni, Fernando Santos, José Peseiro, Paulo Bento, Leonardo Jardim, Marco Silva, Jorge Jesus e Ruben Amorim. E destes somente cinco iniciaram e concluíram duas épocas seguidas: Carlos Queiroz, Laszlo Boloni, Paulo Bento, Jorge Jesus e Ruben Amorim. Oito treinadores repetiram, entre 1974 e 2024, passagens pelos leões: Rodrigues Dias (1977/1978 e 1979/1980), Mário Mateus (1982/1983, 1983/1984 e 1986/1987), Fernando Mendes (1979/1980, 1995/1996 e 2000/2001), Manuel José (1985/1986 e 1988/1989), Vítor Damas (1988/1989 e 1989/1990), Octávio Machado (1995/1996 e 1996/1997), José Peseiro (2004/2005 e 2018/2019) e Leonel Pontes (2009/2010 e 2019/2020). O Sporting teve, no mesmo período de 50 anos, 12 presidentes: João Rocha, Amado de Freitas, Jorge Gonçalves, Sousa Cintra, Santana Lopes, José Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco, José Eduardo Bettencourt, Godinho Lopes, Bruno de Carvalho e Frederico Varandas. João Rocha esteve 13 anos e 25 dias na presidência e trocou 19 vezes de treinador (Rodrigues Dias e Mário 'Marinho' Mateus por duas vezes). Cada treinador durou, em média, 251 dias. Seguiu-se Amado de Freitas, 20 meses na liderança e quatro treinadores. Cada um durou, em média, 5 meses. Jorge Gonçalves esteve um ano e teve três treinadores. Média de cada um? Três meses. Sousa Cintra esteve 5 anos e 11 meses na presidência e teve sete treinadores. Média de 10 meses para cada um. Seguiu-se Santana Lopes: 10 meses e 7 dias, três treinadores, média de pouco mais três meses e meio para cada. José Roquete esteve quatro e três meses na presidência e trocou dez vezes de treinador (Octávio Machado por duas vezes). Ou seja, cada um durou, em média, 5 meses. Dias da Cunha teve seis treinadores em cinco anos e 2 meses. Dez meses para cada. Soares Franco teve apenas um treinador em 3 anos e 7 meses de presidência: Paulo Bento. José Eduardo Bettencourt está no pólo oposto de Soares Franco; 21 meses como presidente, seis treinadores: três meses e meio para cada. Godinho Lopes esteve 23 meses e contratou seis técnicos. Ou seja, 3,8 meses para cada. Bruno de Carvalho durou 5 anos e 2 meses na presidência e teve quatro treinadores. Quinze meses e meio para cada. Por fim, Frederico Varandas. Vai em seis anos e 3 meses como presidente e teve sete treinadores até à chegada de Rui Borges. Praticamente 11 meses para cada um. Vejamos quanto tempo durou, em média, um treinador nas mãos de um presidente do Sporting nos últimos 50 anos: